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sábado, 11 de dezembro de 2010
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Empresários procuram Marconi para pedir apoio na Construção de Usina no Rio Araguaia
O senador e governador eleito Marconi Perillo (PSDB) recebeu ontem (terça-feira 7) uma comitiva do consórcio EDP/Grupo Rede, vencedor do leilão para explorar o potencial hidrelétrico Couto Magalhães. No encontro, o grupo pediu o apoio de Marconi para a implantação do projeto, que ainda depende de um estudo do Ibama sobre o impacto ambiental.
O Aproveitamento Hidrelétrico (AHE) Couto Magalhães foi incluído no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal, e deverá ser implantado no trecho do Alto Rio Araguaia, a cerca de 90 km da nascente, nos municípios de Alto Araguaia (MT) e Santa Rita do Araguaia (GO). O projeto prevê a construção de uma barragem sobre o rio Araguaia, com 918 metros de extensão, 500 metros acima da Cachoeira Couto de Magalhães e deverá ocupar uma área de 911 hectares na zona rural. A previsão de investimentos é de R$ 500 milhões, com a geração de 800 empregos e produção de 150 megawatts.
Segundo o diretor de Engenharia e Construção Hídrica da EDP, André Castro Pereira, para atender às determinações do Ibama o consórcio desenvolveu uma revisão do projeto, compatibilizando aspectos ambientais e técnicos. “O projeto atual prevê um reservatório cinco vezes menor que o anterior, reduzindo para apenas quatro famílias afetadas e preservando as áreas urbanas de Alto Araguaia e Santa Rita, a ponte sobre o rio Babilônia e as duas pequenas centrais hidrelétricas existentes no rio Araguaia”, informou.
Ao ser convidado para o lançamento da pedra fundamental, em maio de 2011, Marconi disse que pretende “fazer mudanças profundas na área de meio ambiente, com a descontaminação da região”, atingida por graves problemas ambientais.
Além dos representantes do consórcio vencedor, participaram do encontro os prefeitos de Santa Rita e do Alto Araguaia, o deputado Valtemir Pereira (PSB/MT) e vereadores.
O Aproveitamento Hidrelétrico (AHE) Couto Magalhães foi incluído no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal, e deverá ser implantado no trecho do Alto Rio Araguaia, a cerca de 90 km da nascente, nos municípios de Alto Araguaia (MT) e Santa Rita do Araguaia (GO). O projeto prevê a construção de uma barragem sobre o rio Araguaia, com 918 metros de extensão, 500 metros acima da Cachoeira Couto de Magalhães e deverá ocupar uma área de 911 hectares na zona rural. A previsão de investimentos é de R$ 500 milhões, com a geração de 800 empregos e produção de 150 megawatts.
Segundo o diretor de Engenharia e Construção Hídrica da EDP, André Castro Pereira, para atender às determinações do Ibama o consórcio desenvolveu uma revisão do projeto, compatibilizando aspectos ambientais e técnicos. “O projeto atual prevê um reservatório cinco vezes menor que o anterior, reduzindo para apenas quatro famílias afetadas e preservando as áreas urbanas de Alto Araguaia e Santa Rita, a ponte sobre o rio Babilônia e as duas pequenas centrais hidrelétricas existentes no rio Araguaia”, informou.
Ao ser convidado para o lançamento da pedra fundamental, em maio de 2011, Marconi disse que pretende “fazer mudanças profundas na área de meio ambiente, com a descontaminação da região”, atingida por graves problemas ambientais.
Além dos representantes do consórcio vencedor, participaram do encontro os prefeitos de Santa Rita e do Alto Araguaia, o deputado Valtemir Pereira (PSB/MT) e vereadores.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Marconi na festa do PMN: "Vamos enfrentar e vencer os desafios"
No mesmo ritmo em que recolhem os ainda poucos dados disponíveis sobre a real situação financeira do Estado, os técnicos da equipe de transição do governador eleito Marconi Perillo trabalham para elaborar um cronograma de ação para os primeiros meses da nova administração que consiga conciliar corte de gastos com investimentos na retomada e conclusão das obras paralisadas ou em andamento.
A condução dessa linha - de acordo com as previsões de Marconi e com base nas primeiras informações fornecidas pelos assessores do grupo de transição - deverá ser feita com muito sacrifício. O Estado, segundo informações preliminares, deverá fechar o balanço de 2010 com um furo de caixa que pode atingir R$ 1 bilhão.
O completo descontrole das finanças públicas no atual governo tem deixado perplexos o governador eleito e seus auxiliares. Segundo Marconi, acreditava-se que o falso déficit de R$ 100 milhões, que o atual governo tentou impor à opinião pública, fosse a mais grave das patuscadas patrocinadas pela administração em fim de mandato. Agora, descobre-se que as reformas, centralizações, cortes de despesas, demissões e austeridade nos gastos públicos não passaram de uma propaganda enganosa que se sustentou até a apuração dos votos do último dia 31 de outubro. "O atual governo dizia que as contas estavam em dia, que entregaria ao seu sucessor um Estado enxuto. Lamentavelmente, o que estamos vendo é algo muito diferente", disse o governador eleito.
O atual governo de Goiás terá muito que explicar à opinião pública. O déficit de quase R$ 1 bilhão contradiz o discurso feito pelo governador Alcides Rodrigues em abril deste ano, segundo o qual as contas do governo estavam equilibradas e que iriam faltar dias no calendário para que a administração tivesse tempo de inaugurar as obras em andamento. Diante do atual quadro há duas hipóteses: ou o governador não disse a verdade sobre o equilíbrio das finanças públicas ou gerou esse gigantesco déficit a partir de abril e até os dias de hoje.
Colocado à frente da dura realidade de que terá que trabalhar praticamente um ano de seu futuro governo apenas para retomar, dar sequência e inaugurar obras lançadas na atual administração, tendo de administrar aumento da folha salarial e incentivos fiscais concedidos no apagar das luzes da atual administração, Marconi tem questionado o paradeiro da arrecadação “sempre crescente” anunciada com estardalhaço por este governo. "Se há uma escassez enorme de obras no que se deduz que não houve investimento, então para onde está indo o dinheiro arrecadado pelo Estado?", pergunta.
Nos últimos dois dias o novo governador de Goiás tem feito questão de abordar o assunto nos eventos de que tem participado. Na inauguração de uma clínica em Itaberaí manifestou, sexta-feira, sua preocupação ao dizer que "as primeiras informações nos dão conta de que iremos pegar um governo em situação ainda pior do que o que nos foi entregue em 1999". No mesmo dia, ao receber o título de cidadão em Heitoraí reafirmou que "o quadro é sombrio e preocupante" mas que estava pronto para "substituir a moleza pelo trabalho".
Na festa de confraternização do PMN, ontem (sábado 4), em uma chácara nos arredores de Goiânia, Marconi declarou a mais de duas mil pessoas estar ciente de que terá dificuldades diante dos números que começaram a surgir sobre o rombo nos cofres públicos. "Vamos receber o governo numa situação muito difícil, mas vamos enfrentar os desafios e vamos vencê-los", afirmou, confiante.
As informações ruins que chegam todos os dias sobre o descompasso das finanças do Estado acabaram por criar no futuro governo uma frente para espreitar bem de perto o desenrolar do imbróglio estabelecido pelo Ministério Público Federal em relação à liberação dos primeiros recursos decorrentes do empréstimo bilionário fechado pelo Estado com o Governo Federal para, supostamente, salvar a Celg.
O governador eleito já levantou dúvidas quanto às reais intenções do governo do Estado com esse dinheiro, chegando mesmo a arriscar um palpite sobre sua destinação: pagar empreiteiras e resolver problemas imediatos do governo do Estado. A propalada versão oficial de que os recursos provenientes do empréstimo serviriam para saldar a divida de ICMS que a Celg tem com o Estado, fator preponderante para que o governo não feche o balanço do ano com mais de R$ 700 milhões de déficit, não tem encontrado respaldo nas análises da equipe de transição de Marconi.
Em recente entrevista à Rádio 820, o governador eleito declarou que o provável déficit de quase R$ 1 bilhão se refere apenas a um rombo na administração direta. Se o governo alega que o dinheiro da Caixa Econômica Federal é imprescindível para evitar o déficit, então mostra que as contas nunca estiveram em dia, ao contrário, sempre estiveram na dependência de recursos extras para não fechar no vermelho.
A obscuridade do contrato entre o Governo do Estado e o Governo Federal para "salvar a Celg" deixa no ar a impressão de que os bilhões esperados poderão ser canalizados para destinos não tão nobres, a exemplo do ocorrido com os recursos arrecadados na venda da Usina de Cachoeira Dourada. "Temos, sim, uma grande preocupação sobre o que o governo quer fazer com este dinheiro. Não há transparência nessa transação", declarou Marconi.
A condução dessa linha - de acordo com as previsões de Marconi e com base nas primeiras informações fornecidas pelos assessores do grupo de transição - deverá ser feita com muito sacrifício. O Estado, segundo informações preliminares, deverá fechar o balanço de 2010 com um furo de caixa que pode atingir R$ 1 bilhão.
O completo descontrole das finanças públicas no atual governo tem deixado perplexos o governador eleito e seus auxiliares. Segundo Marconi, acreditava-se que o falso déficit de R$ 100 milhões, que o atual governo tentou impor à opinião pública, fosse a mais grave das patuscadas patrocinadas pela administração em fim de mandato. Agora, descobre-se que as reformas, centralizações, cortes de despesas, demissões e austeridade nos gastos públicos não passaram de uma propaganda enganosa que se sustentou até a apuração dos votos do último dia 31 de outubro. "O atual governo dizia que as contas estavam em dia, que entregaria ao seu sucessor um Estado enxuto. Lamentavelmente, o que estamos vendo é algo muito diferente", disse o governador eleito.
O atual governo de Goiás terá muito que explicar à opinião pública. O déficit de quase R$ 1 bilhão contradiz o discurso feito pelo governador Alcides Rodrigues em abril deste ano, segundo o qual as contas do governo estavam equilibradas e que iriam faltar dias no calendário para que a administração tivesse tempo de inaugurar as obras em andamento. Diante do atual quadro há duas hipóteses: ou o governador não disse a verdade sobre o equilíbrio das finanças públicas ou gerou esse gigantesco déficit a partir de abril e até os dias de hoje.
Colocado à frente da dura realidade de que terá que trabalhar praticamente um ano de seu futuro governo apenas para retomar, dar sequência e inaugurar obras lançadas na atual administração, tendo de administrar aumento da folha salarial e incentivos fiscais concedidos no apagar das luzes da atual administração, Marconi tem questionado o paradeiro da arrecadação “sempre crescente” anunciada com estardalhaço por este governo. "Se há uma escassez enorme de obras no que se deduz que não houve investimento, então para onde está indo o dinheiro arrecadado pelo Estado?", pergunta.
Nos últimos dois dias o novo governador de Goiás tem feito questão de abordar o assunto nos eventos de que tem participado. Na inauguração de uma clínica em Itaberaí manifestou, sexta-feira, sua preocupação ao dizer que "as primeiras informações nos dão conta de que iremos pegar um governo em situação ainda pior do que o que nos foi entregue em 1999". No mesmo dia, ao receber o título de cidadão em Heitoraí reafirmou que "o quadro é sombrio e preocupante" mas que estava pronto para "substituir a moleza pelo trabalho".
Na festa de confraternização do PMN, ontem (sábado 4), em uma chácara nos arredores de Goiânia, Marconi declarou a mais de duas mil pessoas estar ciente de que terá dificuldades diante dos números que começaram a surgir sobre o rombo nos cofres públicos. "Vamos receber o governo numa situação muito difícil, mas vamos enfrentar os desafios e vamos vencê-los", afirmou, confiante.
As informações ruins que chegam todos os dias sobre o descompasso das finanças do Estado acabaram por criar no futuro governo uma frente para espreitar bem de perto o desenrolar do imbróglio estabelecido pelo Ministério Público Federal em relação à liberação dos primeiros recursos decorrentes do empréstimo bilionário fechado pelo Estado com o Governo Federal para, supostamente, salvar a Celg.
O governador eleito já levantou dúvidas quanto às reais intenções do governo do Estado com esse dinheiro, chegando mesmo a arriscar um palpite sobre sua destinação: pagar empreiteiras e resolver problemas imediatos do governo do Estado. A propalada versão oficial de que os recursos provenientes do empréstimo serviriam para saldar a divida de ICMS que a Celg tem com o Estado, fator preponderante para que o governo não feche o balanço do ano com mais de R$ 700 milhões de déficit, não tem encontrado respaldo nas análises da equipe de transição de Marconi.
Em recente entrevista à Rádio 820, o governador eleito declarou que o provável déficit de quase R$ 1 bilhão se refere apenas a um rombo na administração direta. Se o governo alega que o dinheiro da Caixa Econômica Federal é imprescindível para evitar o déficit, então mostra que as contas nunca estiveram em dia, ao contrário, sempre estiveram na dependência de recursos extras para não fechar no vermelho.
A obscuridade do contrato entre o Governo do Estado e o Governo Federal para "salvar a Celg" deixa no ar a impressão de que os bilhões esperados poderão ser canalizados para destinos não tão nobres, a exemplo do ocorrido com os recursos arrecadados na venda da Usina de Cachoeira Dourada. "Temos, sim, uma grande preocupação sobre o que o governo quer fazer com este dinheiro. Não há transparência nessa transação", declarou Marconi.
sábado, 4 de dezembro de 2010
Marconi diz: “Sei que vou enfrentar um governo difícil. Pelas primeiras informações, vou pegar um governo pior do que aquele que peguei quando fui eleito pela primeira vez”, declarou.
Ao participar ontem (sexta-feira 3) à noite em Itaberaí da solenidade de inauguração da clínica Viver Espaço Saúde, o governador eleito Marconi Perillo reafirmou o compromisso com o município e a região de duplicar a rodovia que liga Goiânia à Cidade de Goiás. A GO-080 cruza o perímetro urbano de Itaberaí e é hoje uma das rodovias mais movimentadas da malha viária estadual, rota obrigatória para a histórica Cidade de Goiás e para as principais praias do Rio Araguaia.
No rápido discurso em que enalteceu a qualidade arquitetônica e técnica da clinica, que prestará serviços nos campos de odontologia e medicina, Marconi recordou algumas de suas principais ações em benefício de Itaberaí como governador, deputado federal e senador. Foi em seus governos que houve a ligação asfáltica entre Itaberaí, Americano do Brasil e Calcilândia.
Por intermédio de emenda apresentada ao orçamento da União em conjunto com deputados federais, Marconi também colaborou para a pavimentação de Itaberaí e Itaguari e agora, como senador, ajuda no término da ligação de Itaguari à BR-153 também através de emenda ao Orçamento da União.
Mais uma vez o novo governador de Goiás falou de sua disposição em “tirar Goiás do atraso em que se encontra”. O próximo governante do Estado disse que pretende “recuperar o tempo que se perdeu nos últimos cinco anos” apesar de ter consciência de que enfrentará problemas de toda ordem para recolocar a casa em ordem.
“Sei que vou enfrentar um governo difícil. Pelas primeiras informações, vou pegar um governo pior do que aquele que peguei quando fui eleito pela primeira vez”, declarou.
Em Heitoraí, onde esteve em seguida, em frente à nova Câmara Municipal que inaugurou na noite de ontem, o governador eleito Marconi Perillo recebeu o titulo de cidadão.. A homenagem foi compartilhada com os deputados Nédio Leite, Jovair Arantes e, também, pelo empresário José Garrote, da Superfrango.
A Marconi o título foi entregue pela autora da propositura, vereadora Elza Evangelista da Costa Cruz (Rosinha), do PR. É a primeira homenagem que o governador eleito recebe após as eleições. "Fico emocionado e grato pelo carinho e reconhecimento do povo de Heitorai ao trabalho que temos realizado em favor do povo goiano ao longo da nossa vida pública", agradeceu.
No rápido discurso em que enalteceu a qualidade arquitetônica e técnica da clinica, que prestará serviços nos campos de odontologia e medicina, Marconi recordou algumas de suas principais ações em benefício de Itaberaí como governador, deputado federal e senador. Foi em seus governos que houve a ligação asfáltica entre Itaberaí, Americano do Brasil e Calcilândia.
Por intermédio de emenda apresentada ao orçamento da União em conjunto com deputados federais, Marconi também colaborou para a pavimentação de Itaberaí e Itaguari e agora, como senador, ajuda no término da ligação de Itaguari à BR-153 também através de emenda ao Orçamento da União.
Mais uma vez o novo governador de Goiás falou de sua disposição em “tirar Goiás do atraso em que se encontra”. O próximo governante do Estado disse que pretende “recuperar o tempo que se perdeu nos últimos cinco anos” apesar de ter consciência de que enfrentará problemas de toda ordem para recolocar a casa em ordem.
“Sei que vou enfrentar um governo difícil. Pelas primeiras informações, vou pegar um governo pior do que aquele que peguei quando fui eleito pela primeira vez”, declarou.
Em Heitoraí, onde esteve em seguida, em frente à nova Câmara Municipal que inaugurou na noite de ontem, o governador eleito Marconi Perillo recebeu o titulo de cidadão.. A homenagem foi compartilhada com os deputados Nédio Leite, Jovair Arantes e, também, pelo empresário José Garrote, da Superfrango.
A Marconi o título foi entregue pela autora da propositura, vereadora Elza Evangelista da Costa Cruz (Rosinha), do PR. É a primeira homenagem que o governador eleito recebe após as eleições. "Fico emocionado e grato pelo carinho e reconhecimento do povo de Heitorai ao trabalho que temos realizado em favor do povo goiano ao longo da nossa vida pública", agradeceu.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Marconi diz em entrevista "Governo atual nunca teve interesse em resolver o problema da Celg"
Entrevista
Marconi Perillo
"Governo atual nunca teve interesse em resolver o problema da Celg"
á por tom o Ministério Público para viabilizar a utilização do Centro Cultural Oscar Niemeyer visando a realização, naquele local, de um show musical e de uma exposição de obras do artista plástico Siron Franco, o senador e governador eleirto de Goiás Marconi Perillo acompanha de perto o trabalho que vem sendo realizado pela equipe de transição comandada pelo vice-governador eleito, José Eliton, com atenção especial para a crise da Celg.
Marconi mantém o discurso que defende desde a campanha e que coloca em dúvida os reais objetivos do governo ao contratar empréstimo junto à Caixa Econômica Federal , supostamente para "salvar a empresa da federalização", como alega a atual administração do Estado. Ontem (sexta-feira 3), em entrevista aos jornalistas Cassim Zaiden e Divino Olávio no Jornal 820 da Rádio Jornal de Goiás, o senador voltou a questionar a operação. "Eu nunca tive dúvidas, e hoje tenho menos ainda, de que o governo atual nunca teve interesse em resolver o problema da Celg. O interesse dele é resolver problema de caixa para pagar empreiteiras e outras finalidades."
Na avaliação de Marconi, "o atual governo jamais se preocupou com a Celg. Essa transação é obscura. Ninguém, nem o governador eleito nem uma pessoa do povo, nenhum jornalista tem informação sobre o teor do empréstimo. Como podemos aceitar que o Estado de Goiás arque com um ônus desse tamanho sem saber o que está por trás disso? É chegada a hora de dar um basta à irresponsabilidade e, principalmente, ao descompromisso em relação a Goiás. O nosso governo vai colocar um fim a esse estado de coisas. A grande preocupação de quem está no governo é o patrimonialismo e não os interesses maiores da coletividade."
Quanto à futura equipe de governo, Marconi disse ser preciso conciliar ética, honestidade e integridade com iniciativa, capacidade de gestão e competência. "Minha maior preocupação nesse momento é encontrar quadros que possam me ajudar a tocar o governo nas áreas de gestão e planejamento, Fazenda, educação, saúde, segurança e meio ambiente entre outras. É encontrar gestor que possa me ajudar a resolver o problema da Celg e viabilizar investimentos em outras áreas, principalmente na infraestrutura", salientou.
Marconi falou também do compromisso que tem com um governo que vise unica e exclusivamente os interesses maiores do povo. "Em hipótese alguma eu vou misturar interesse partidário, político, pessoal ou financeiro com o interesse de Estado. Aqueles que imaginarem que vão ocupar cargos no governo para roubar, para atender aos interesses político-partidários ou pessoais em detrimento do povo, vão cair do cavalo. Eu não titubearei. Qualquer deslize de qualquer pessoa que venha a ocupar funções no governo significará demissão imediata."
Sobre a Reforma Administrativa que pretende implantar logo nos primeiros dias da nova gestão, o senador disse que ela visará refazer o que foi desfeito. "Nós fizemos uma Reforma Administrativa profunda no início de 2000. Infelizmente ela foi deteriorada. Precisamos agora recompor as coisas. Vamos implantar planos de metas e busca de resultados, valorizando os servidores através da meritocracia."
Marconi afirmou também que em seu governo haverá enxugamento de despesas: "O importante é que a máquina tenha condições de funcionar e bem. Estamos fazendo sérios estudos para que tenhamos uma reforma nos moldes daquelas existentes em estados muito adiantados na questão da gestão. Temos o próprio modelo e a experiência nossa implantada em 2000."
Na entrevista o governador eleito Marconi Perillo reafirmou sua disposição de enxugar, racionalizar e cortar todo tipo de desperdício. E fez um alerta: "O prenúncio do que vamos receber é muito sombrio. (Estou informado que) há a possibilidade de termos um furo no caixa do governo, só na administração direta, de mais de R$ 1 bilhão. Isso é muito sério para um governo que propalou aos quatro cantos que só gastava o que podia pagar. Eu recebi um governo em condições precárias em 99 e, graças a Deus, consegui honrar todos os compromissos, colocar a casa em ordem e fazer talvez o mais dinâmico governo da história de Goiás. Vamos fazer a mesma coisa. Vamos enfrentar os desafios dos primeiros meses e depois colher os frutos de um governo planejado e eficiente."
Depois de afirmar ser provável que a Assembléia Legislativa seja convocada nos primeiros dias de janeiro para a aprovação da Reforma Administrativa e de projetos importantes para o Estado, Marconi manifestou sua preocupação com os incentivos que foram concedidos pela atual administração no apagar das luzes do atual governo. "Neste final de mandato o governo tem procurado fazer uma grande farra de beneficios e favores à iniciativa privada. Nós vamos estudar todos esses casos para que de forma justa e correta possamos atender a partir de janeiro esses pleitos. O que é inaceitável é que o governo, que podia ter feito tudo isso ao longo dos cinco anos, resolva fazer agora".
Marconi reafirmou ainda que pretende colocar para funcionar o que existe para só depois iniciar novos projetos. Ele citou obras inacabadas como o Centro de Excelência Esportiva, pavimentação do viaduto do Madre Germana, Centro Cultural Oscar Niemayer dentre outras. "E assim vamos fazer na saúde, na educação e segurança pública. Estamos identificando os problemas e esperamos que em seis meses tenhamos uma série de questões resolvidas".
Sobre o modelo de gestão do futuro governo, Marconi garantiu que ele se dará de forma descentralizada. "Quem governa o Estado é o governador. Eu não vou abrir mão da minha responsabilidade e da minha competência para ninguém. O que ocorreu aqui é que o governador transferiu o governo para o secretário da Fazenda. Cada secretário terá suas funções, suas metas e objetivos a serem cumpridos e terá, acima de tudo, autonomia para cumprir sua função de acordo com o nosso plano de governo."
Ao falar dos concursos públicos realizados pela atual administração neste último ano de governo, Marconi disse que eles serão todos examinados. "Os concursos foram realizados sem que nos editais se estabelecesse o número de pessoas que seriam recrutadas. Precisamos estudar e convocar os concursados de acordo com as necessidades do Estado. Eu nem sei se vai ser preciso. O governo atual contratou nesses últimos dias mais de seis mil concursados. Espero que isso tenha sido feito de forma criteriosa."
Quanto à manutenção e até incremento dos programas sociais, o senador declarou que haverá um choque de gestão nesta área. E lamentou: "Nossos programas sociais foram destruídos pelo atual governo. A Bolsa Universitária praticamente acabou. O Banco do Povo está em frangalhos. Destruiram o programa do Salário Escola. O Renda Cidadã foi completamente retalhado. O que nós vamos fazer é retomá-los para que as familias possam, sobretudo, ter condições de colocar seus filhos na escola."
Marconi falou ainda do horário e local para a posse e transmissão de cargo. "A posse depende de um acerto da minha equipe de transição com a Assembléia Legislativa. Ela não depende do governo do Estado. A única questão que precisa ser resolvida é a transmissão de cargo, que é algo desnecessário do ponto de vista legal. Isso é apenas uma formalidade que eu pretendo que seja cumprida. Eu já designei uma comissão para preparar a posse, que é presidida pelo ex-secretário Carlos Peixoto."
No encerramento da entrevista, Marconi informou que esteve reunido por mais de duas horas com o governador eleito de Brasília, Agnelo Queiroz, com quem tratou de assuntos administrativos e de projetos importantes para Goiás e para o Distrito Federal, principalmente para o Entorno. "Estabelecemos uma relação que será muito produtiva daqui pra frente. Nesta relação inclui-se também a participação do governo federal", disse.
Marconi Perillo
"Governo atual nunca teve interesse em resolver o problema da Celg"
á por tom o Ministério Público para viabilizar a utilização do Centro Cultural Oscar Niemeyer visando a realização, naquele local, de um show musical e de uma exposição de obras do artista plástico Siron Franco, o senador e governador eleirto de Goiás Marconi Perillo acompanha de perto o trabalho que vem sendo realizado pela equipe de transição comandada pelo vice-governador eleito, José Eliton, com atenção especial para a crise da Celg.
Marconi mantém o discurso que defende desde a campanha e que coloca em dúvida os reais objetivos do governo ao contratar empréstimo junto à Caixa Econômica Federal , supostamente para "salvar a empresa da federalização", como alega a atual administração do Estado. Ontem (sexta-feira 3), em entrevista aos jornalistas Cassim Zaiden e Divino Olávio no Jornal 820 da Rádio Jornal de Goiás, o senador voltou a questionar a operação. "Eu nunca tive dúvidas, e hoje tenho menos ainda, de que o governo atual nunca teve interesse em resolver o problema da Celg. O interesse dele é resolver problema de caixa para pagar empreiteiras e outras finalidades."
Na avaliação de Marconi, "o atual governo jamais se preocupou com a Celg. Essa transação é obscura. Ninguém, nem o governador eleito nem uma pessoa do povo, nenhum jornalista tem informação sobre o teor do empréstimo. Como podemos aceitar que o Estado de Goiás arque com um ônus desse tamanho sem saber o que está por trás disso? É chegada a hora de dar um basta à irresponsabilidade e, principalmente, ao descompromisso em relação a Goiás. O nosso governo vai colocar um fim a esse estado de coisas. A grande preocupação de quem está no governo é o patrimonialismo e não os interesses maiores da coletividade."
Quanto à futura equipe de governo, Marconi disse ser preciso conciliar ética, honestidade e integridade com iniciativa, capacidade de gestão e competência. "Minha maior preocupação nesse momento é encontrar quadros que possam me ajudar a tocar o governo nas áreas de gestão e planejamento, Fazenda, educação, saúde, segurança e meio ambiente entre outras. É encontrar gestor que possa me ajudar a resolver o problema da Celg e viabilizar investimentos em outras áreas, principalmente na infraestrutura", salientou.
Marconi falou também do compromisso que tem com um governo que vise unica e exclusivamente os interesses maiores do povo. "Em hipótese alguma eu vou misturar interesse partidário, político, pessoal ou financeiro com o interesse de Estado. Aqueles que imaginarem que vão ocupar cargos no governo para roubar, para atender aos interesses político-partidários ou pessoais em detrimento do povo, vão cair do cavalo. Eu não titubearei. Qualquer deslize de qualquer pessoa que venha a ocupar funções no governo significará demissão imediata."
Sobre a Reforma Administrativa que pretende implantar logo nos primeiros dias da nova gestão, o senador disse que ela visará refazer o que foi desfeito. "Nós fizemos uma Reforma Administrativa profunda no início de 2000. Infelizmente ela foi deteriorada. Precisamos agora recompor as coisas. Vamos implantar planos de metas e busca de resultados, valorizando os servidores através da meritocracia."
Marconi afirmou também que em seu governo haverá enxugamento de despesas: "O importante é que a máquina tenha condições de funcionar e bem. Estamos fazendo sérios estudos para que tenhamos uma reforma nos moldes daquelas existentes em estados muito adiantados na questão da gestão. Temos o próprio modelo e a experiência nossa implantada em 2000."
Na entrevista o governador eleito Marconi Perillo reafirmou sua disposição de enxugar, racionalizar e cortar todo tipo de desperdício. E fez um alerta: "O prenúncio do que vamos receber é muito sombrio. (Estou informado que) há a possibilidade de termos um furo no caixa do governo, só na administração direta, de mais de R$ 1 bilhão. Isso é muito sério para um governo que propalou aos quatro cantos que só gastava o que podia pagar. Eu recebi um governo em condições precárias em 99 e, graças a Deus, consegui honrar todos os compromissos, colocar a casa em ordem e fazer talvez o mais dinâmico governo da história de Goiás. Vamos fazer a mesma coisa. Vamos enfrentar os desafios dos primeiros meses e depois colher os frutos de um governo planejado e eficiente."
Depois de afirmar ser provável que a Assembléia Legislativa seja convocada nos primeiros dias de janeiro para a aprovação da Reforma Administrativa e de projetos importantes para o Estado, Marconi manifestou sua preocupação com os incentivos que foram concedidos pela atual administração no apagar das luzes do atual governo. "Neste final de mandato o governo tem procurado fazer uma grande farra de beneficios e favores à iniciativa privada. Nós vamos estudar todos esses casos para que de forma justa e correta possamos atender a partir de janeiro esses pleitos. O que é inaceitável é que o governo, que podia ter feito tudo isso ao longo dos cinco anos, resolva fazer agora".
Marconi reafirmou ainda que pretende colocar para funcionar o que existe para só depois iniciar novos projetos. Ele citou obras inacabadas como o Centro de Excelência Esportiva, pavimentação do viaduto do Madre Germana, Centro Cultural Oscar Niemayer dentre outras. "E assim vamos fazer na saúde, na educação e segurança pública. Estamos identificando os problemas e esperamos que em seis meses tenhamos uma série de questões resolvidas".
Sobre o modelo de gestão do futuro governo, Marconi garantiu que ele se dará de forma descentralizada. "Quem governa o Estado é o governador. Eu não vou abrir mão da minha responsabilidade e da minha competência para ninguém. O que ocorreu aqui é que o governador transferiu o governo para o secretário da Fazenda. Cada secretário terá suas funções, suas metas e objetivos a serem cumpridos e terá, acima de tudo, autonomia para cumprir sua função de acordo com o nosso plano de governo."
Ao falar dos concursos públicos realizados pela atual administração neste último ano de governo, Marconi disse que eles serão todos examinados. "Os concursos foram realizados sem que nos editais se estabelecesse o número de pessoas que seriam recrutadas. Precisamos estudar e convocar os concursados de acordo com as necessidades do Estado. Eu nem sei se vai ser preciso. O governo atual contratou nesses últimos dias mais de seis mil concursados. Espero que isso tenha sido feito de forma criteriosa."
Quanto à manutenção e até incremento dos programas sociais, o senador declarou que haverá um choque de gestão nesta área. E lamentou: "Nossos programas sociais foram destruídos pelo atual governo. A Bolsa Universitária praticamente acabou. O Banco do Povo está em frangalhos. Destruiram o programa do Salário Escola. O Renda Cidadã foi completamente retalhado. O que nós vamos fazer é retomá-los para que as familias possam, sobretudo, ter condições de colocar seus filhos na escola."
Marconi falou ainda do horário e local para a posse e transmissão de cargo. "A posse depende de um acerto da minha equipe de transição com a Assembléia Legislativa. Ela não depende do governo do Estado. A única questão que precisa ser resolvida é a transmissão de cargo, que é algo desnecessário do ponto de vista legal. Isso é apenas uma formalidade que eu pretendo que seja cumprida. Eu já designei uma comissão para preparar a posse, que é presidida pelo ex-secretário Carlos Peixoto."
No encerramento da entrevista, Marconi informou que esteve reunido por mais de duas horas com o governador eleito de Brasília, Agnelo Queiroz, com quem tratou de assuntos administrativos e de projetos importantes para Goiás e para o Distrito Federal, principalmente para o Entorno. "Estabelecemos uma relação que será muito produtiva daqui pra frente. Nesta relação inclui-se também a participação do governo federal", disse.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
01/12/2010 - Economia- Pirataria no Centro-Oeste cai, mas ainda está acima da média
Os consumidores dos Estados do Norte e do Centro-Oeste compraram menos produtos piratas este ano do que em 2009, mas ainda continuam acima da média nacional, indica pesquisa divulgada ontem pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ). Segundo o levantamento, 52% dos entrevistados nestas regiões declararam ter adquirido mercadoria falsificada em 2010, contra 63% no ano passado. Em todo o Brasil, a realidade atinge cerca de 70 milhões de pessoas, elevando o porcentual de 42% para 46%.
Na contramão do quadro regional, de queda na compra de pirataria, estão os CDs, que são os campeões de comercialização entre os falsificados. Entre as pessoas que afirmaram ter adquirido o produto, o índice cresceu três pontos porcentuais - de 82% para 85% - do ano passado para cá.
Os DVDs piratas ocupam a vice- liderança da falsificação, com 54% dos entrevistados (62% em 2009), seguidos de longe pelos programas de computador (4%), calças, bolsas e tênis (2%), equipamentos eletrônicos (2%) e celular (2%).
Um dos motivos que podem ter contribuído para a redução do porcentual total de consumidores de produtos piratas em Goiás foi o crescimento da apreensão no Estado. O titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Consumidor (Decon), Edemundo Dias de Oliveira Filho, diz que o volume de material falsificado apreendido de janeiro a novembro deste ano é 30% maior que o mesmo período de 2009.
Mais de 200 mil CDs e 300 mil DVDs foram apreendidos até agora. No Estado, entretanto, pelo menos outros quatro produtos têm comércio pirata forte: alimentos (350 toneladas apreendidas), cosméticos (76 toneladas), medicamentos (48 toneladas) e peças para veículos, que somam mais de 570 mil peças resgatadas pela polícia. "Além do problema para as indústrias, há também um prejuízo enorme para a economia do País, porque esse dinheiro não entra para a Educação, Saúde", destaca Edemundo.
O aumento do rendimento e a consequente elevação do consumo das classes de renda mais baixa nos últimos cinco anos impulsionou as compras de produtos piratas. Ma a pesquisa da Fecomércio-RJ mostra que a prática atinge também as classes de poder aquisitivo mais elevado.
Consumidor sabe que prática é prejudicial
Pela checagem feita na pesquisa, a maior parte dos consumidores tem a percepção do prejuízo. No Centro-Oeste/Norte, 74% disseram acreditar que a pirataria prejudica o faturamento do comércio; 71% acham que alimenta o crime organizado; 72%, que aumenta a sonegação de impostos; e 68%, que causa desemprego.
Para o jovem Alexandre Visnieski, 19, a pirataria causa prejuízos para as empresas que trabalham com o original e influencia na arrecadação tributária. Mas não esconde que é um consumidor assíduo de produtos falsificados. Enquanto comprava um DVD pirata numa banquinha em frente ao Camelódromo de Campinas ontem à tarde, ele contou que gasta cerca de R$ 150,00 por mês de seu salário como garçon em lançamentos de filmes, álbuns musicais e jogos.
Sua lembrança da primeira vez em que adquiriu uma falsificação foi de um tênis da Nike, há pouco mais de um ano, quando se mudou do interior do Paraná para Goiânia. "Se fosse comprar tudo isso original, eu não conseguiria", justifica.
Os preços mais em conta são a justificativa de 90% dos que consomem produtos piratas, conforme a pesquisa da Fecomércio-RJ. O gerente administrativo Edson Corrêa, 37, é incisivo quando fala do problema e ressalta que, mesmo quando o falsificado é adquirido dentro de um centro de compras como um camelódromo, onde diversos impostos também são embutidos no preço para o consumidor, é possível adquirir mercadorias muito mais baratas.
Entretanto, ele diz que não compra produtos pirateados, mas, sim, peças que adquire do Paraguai. "Não consumo imitação de marca, mas compro produtos de marcas do Paraguai e com preço bem menor. Recentemente, paguei R$ 900,00 num GPS que aqui custaria R$ 3 mil", conta.
O titular da Decon diz que será necessário haver criatividade por parte dos detentores das marcas e patentes para entrar na concorrência com os avanços tecnológicos que permitem piratear com mais rapidez. "O que move as pessoas a comprar produtos falsificados é o preço mais baixo. Mas do ponto de vista ético, isso não justifica o crime", frisa Edemundo, que completa: "Aumentamos o número de apreensões, mas, só a repressão da polícia não adianta. É necessário um processo educacional."(LB)
Projeto em escola tenta conscientizar
Camila Blumenschein
Com o tema Diga não à Pirataria, foi realizado ontem, no Castro’s Park Hotel, o evento de encerramento das atividades do projeto Escola Legal deste ano. O projeto é realizado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) e, segundo o coordenador regional, Leonardo Massuda, é um programa de exercício da cidadania.
Cerca de 3 mil alunos de 12 escolas públicas e quatro colégios particulares de Goiânia participaram do projeto, que levou os estudantes a realizarem trabalhos sobre o tema.
"O intuito do Escola Legal é conscientizar as crianças sobre os males causados pela pirataria e torná-las multiplicadoras do conhecimento", explicou Massuda. O programa é realizado em todo Brasil há quatro anos e em Goiás está na terceira edição. O coordenador nacional no projeto, Fábio Junqueira, destacou que Goiânia é a regional brasileira que tem desempenhado o melhor trabalho com o programa até agora.
A secretária estadual de Educação, Milca Severino, enfatizou, durante o evento, que pactuou assinaturas para garantir a continuidade do projeto para o próximo governo. "Esse projeto é muito importante para a formação dos nossos alunos e também porque as crianças acabam passando para os pais os conceitos aprendidos", disse.
Participam do programa crianças de 7 a 14 anos. Trabalhos como cartazes, projetos e maquetes feitos pelos estudantes estavam expostos no evento e várias turmas de alunos realizaram apresentações teatrais sobre pirataria no encerramento. Os estudantes da 3ª série do Colégio Estadual Professor Vandy de Castro Carneiro, Matheus da Cruz, de 8 anos, e Vitor Daniel de Lima, de 9, estavam empolgados com o que aprenderam sobre pirataria.
"Aprendi que quando compramos produtos piratas ajudamos o crime", disse Matheus. Vitor revelou que sempre comprava DVDs piratas e uma feirinha, mas que agora não fará mais isso.
Na contramão do quadro regional, de queda na compra de pirataria, estão os CDs, que são os campeões de comercialização entre os falsificados. Entre as pessoas que afirmaram ter adquirido o produto, o índice cresceu três pontos porcentuais - de 82% para 85% - do ano passado para cá.
Os DVDs piratas ocupam a vice- liderança da falsificação, com 54% dos entrevistados (62% em 2009), seguidos de longe pelos programas de computador (4%), calças, bolsas e tênis (2%), equipamentos eletrônicos (2%) e celular (2%).
Um dos motivos que podem ter contribuído para a redução do porcentual total de consumidores de produtos piratas em Goiás foi o crescimento da apreensão no Estado. O titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Consumidor (Decon), Edemundo Dias de Oliveira Filho, diz que o volume de material falsificado apreendido de janeiro a novembro deste ano é 30% maior que o mesmo período de 2009.
Mais de 200 mil CDs e 300 mil DVDs foram apreendidos até agora. No Estado, entretanto, pelo menos outros quatro produtos têm comércio pirata forte: alimentos (350 toneladas apreendidas), cosméticos (76 toneladas), medicamentos (48 toneladas) e peças para veículos, que somam mais de 570 mil peças resgatadas pela polícia. "Além do problema para as indústrias, há também um prejuízo enorme para a economia do País, porque esse dinheiro não entra para a Educação, Saúde", destaca Edemundo.
O aumento do rendimento e a consequente elevação do consumo das classes de renda mais baixa nos últimos cinco anos impulsionou as compras de produtos piratas. Ma a pesquisa da Fecomércio-RJ mostra que a prática atinge também as classes de poder aquisitivo mais elevado.
Consumidor sabe que prática é prejudicial
Pela checagem feita na pesquisa, a maior parte dos consumidores tem a percepção do prejuízo. No Centro-Oeste/Norte, 74% disseram acreditar que a pirataria prejudica o faturamento do comércio; 71% acham que alimenta o crime organizado; 72%, que aumenta a sonegação de impostos; e 68%, que causa desemprego.
Para o jovem Alexandre Visnieski, 19, a pirataria causa prejuízos para as empresas que trabalham com o original e influencia na arrecadação tributária. Mas não esconde que é um consumidor assíduo de produtos falsificados. Enquanto comprava um DVD pirata numa banquinha em frente ao Camelódromo de Campinas ontem à tarde, ele contou que gasta cerca de R$ 150,00 por mês de seu salário como garçon em lançamentos de filmes, álbuns musicais e jogos.
Sua lembrança da primeira vez em que adquiriu uma falsificação foi de um tênis da Nike, há pouco mais de um ano, quando se mudou do interior do Paraná para Goiânia. "Se fosse comprar tudo isso original, eu não conseguiria", justifica.
Os preços mais em conta são a justificativa de 90% dos que consomem produtos piratas, conforme a pesquisa da Fecomércio-RJ. O gerente administrativo Edson Corrêa, 37, é incisivo quando fala do problema e ressalta que, mesmo quando o falsificado é adquirido dentro de um centro de compras como um camelódromo, onde diversos impostos também são embutidos no preço para o consumidor, é possível adquirir mercadorias muito mais baratas.
Entretanto, ele diz que não compra produtos pirateados, mas, sim, peças que adquire do Paraguai. "Não consumo imitação de marca, mas compro produtos de marcas do Paraguai e com preço bem menor. Recentemente, paguei R$ 900,00 num GPS que aqui custaria R$ 3 mil", conta.
O titular da Decon diz que será necessário haver criatividade por parte dos detentores das marcas e patentes para entrar na concorrência com os avanços tecnológicos que permitem piratear com mais rapidez. "O que move as pessoas a comprar produtos falsificados é o preço mais baixo. Mas do ponto de vista ético, isso não justifica o crime", frisa Edemundo, que completa: "Aumentamos o número de apreensões, mas, só a repressão da polícia não adianta. É necessário um processo educacional."(LB)
Projeto em escola tenta conscientizar
Camila Blumenschein
Com o tema Diga não à Pirataria, foi realizado ontem, no Castro’s Park Hotel, o evento de encerramento das atividades do projeto Escola Legal deste ano. O projeto é realizado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) e, segundo o coordenador regional, Leonardo Massuda, é um programa de exercício da cidadania.
Cerca de 3 mil alunos de 12 escolas públicas e quatro colégios particulares de Goiânia participaram do projeto, que levou os estudantes a realizarem trabalhos sobre o tema.
"O intuito do Escola Legal é conscientizar as crianças sobre os males causados pela pirataria e torná-las multiplicadoras do conhecimento", explicou Massuda. O programa é realizado em todo Brasil há quatro anos e em Goiás está na terceira edição. O coordenador nacional no projeto, Fábio Junqueira, destacou que Goiânia é a regional brasileira que tem desempenhado o melhor trabalho com o programa até agora.
A secretária estadual de Educação, Milca Severino, enfatizou, durante o evento, que pactuou assinaturas para garantir a continuidade do projeto para o próximo governo. "Esse projeto é muito importante para a formação dos nossos alunos e também porque as crianças acabam passando para os pais os conceitos aprendidos", disse.
Participam do programa crianças de 7 a 14 anos. Trabalhos como cartazes, projetos e maquetes feitos pelos estudantes estavam expostos no evento e várias turmas de alunos realizaram apresentações teatrais sobre pirataria no encerramento. Os estudantes da 3ª série do Colégio Estadual Professor Vandy de Castro Carneiro, Matheus da Cruz, de 8 anos, e Vitor Daniel de Lima, de 9, estavam empolgados com o que aprenderam sobre pirataria.
"Aprendi que quando compramos produtos piratas ajudamos o crime", disse Matheus. Vitor revelou que sempre comprava DVDs piratas e uma feirinha, mas que agora não fará mais isso.
Contaminação por HIV avança entre os jovens
01/12/2010 - Cidades- Contaminação por HIV avança entre os jovens
Quase três décadas após o início da epidemia de aids no Brasil, as autoridades de Saúde têm pela frente um grande desafio: reduzir a infecção pelo vírus HIV em adolescentes e jovens brasileiros. Essa população, na faixa dos 15 aos 24 anos, é alvo da campanha que será desencadeada hoje pelo Ministério da Saúde, quando se celebra o Dia Mundial de Luta Contra à Aids. Em Goiânia, o número de casos da doença nessa faixa etária chegou a 554 entre 1984 e 2009, sendo o grupo com a segunda maior taxa de incidência de aids na capital. São 28,3 casos a cada 100 mil habitantes nessa idade.
A análise da série histórica de casos da doença no Brasil, em Goiás e em Goiânia mostra que é na faixa etária dos 20 aos 34 anos que se concentra a maior taxa de incidência de aids. Em Goiânia, ela é de 30,8 casos por 100 mil habitantes. No entanto, alerta a coordenadora de DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, Laura Branquinho do Nascimento, considerando que os dados se referem aos casos de aids, ou seja, a síndrome já estabelecida, e que o tempo entre a infecção pelo HIV e o surgimento da doença pode chegar aos dez anos, conclui-se que a contaminação pelo vírus ocorre ainda na adolescência ou nos adultos jovens.
"O jovem não encara como risco o sexo desprotegido e abandona o uso do preservativo. Assim como em outras situações na vida, como no trânsito e no consumo de álcool e drogas, por exemplo, o adolescente jovem se expõe porque se acha imune, tornando-se, no entanto, extremamente vulnerável à contaminação pelo HIV", ressalta Laura Branquinho.
A coordenadora cita a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas relacionadas às DST e Aids na População Brasileira de 15 a 64 anos, realizada pelo Ministério da Saúde em 2008, segundo a qual apenas 68% dos jovens usam preservativos em relações casuais, o que demonstra uma condição de exposição à contaminação pelo vírus da doença considerável.
Para o médico infectologista e diretor do Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia (HDT), Boaventura Braz de Queiroz, frear o surgimento de novos casos de infecção pelo vírus HIV na população adolescente jovem tornou-se o grande desafio das autoridades brasileiras. "Informação sobre a necessidade de se usar preservativo em todas as relações sexuais, todo mundo tem, inclusive o jovem. No entanto, ter informação não foi o suficiente, até agora, para que essas pessoas mudassem esse comportamento de risco", afirma o médico. "Nas últimas décadas, a faixa etária com maior prevalência da doença não se alterou, o que mostra que essas pessoas continuam a se infectar nas primeiras relações sexuais."
Comportamento de risco é comum
Estudo em andamento no Núcleo de Ações Interdisciplinares em DST, HIV e Aids (Nuclaids) da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (FEN-UFG) comprova, por um lado, o comportamento de risco adotado por jovens adolescentes em relação ao sexo, e, por outro, a falta de preparo das escolas e dos professores para lidar com o tema. A pesquisa, desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação da FEN e denominada Diagnóstico Situacional sobre a Formação de Professores no Contexto da Educação Sexual em Colégios Públicos da Região Leste de Goiânia, ouviu 2,3 mil alunos do ensino fundamental e médio e 60 professores em seis escolas públicas da cidade.
Segundo a pesquisadora do Nuclaids, professora-adjunta da FEN-UFG e orientadora do estudo, Márcia Maria de Souza, a análise preliminar dos dados revelam que quase 60% deles admitiram manter relacionamento afetivo com outra pessoa. Boa parte dos alunos entrevistados, quando questionados sobre o uso de preservativo nas relações sexuais, optou por omitir-se em responder à questão. Isso, na avaliação da pesquisadora, pode indicar o não-uso da camisinha.
Dos alunos entrevistados, apenas 24% responderam usar o preservativo na primeira relação. Os jovens entrevistados disseram, em sua maioria, que faria sexo desprotegido com namorados ou namoradas fixas.
Gravidez
Um dado surgido das entrevistas realizadas com os professores comprova o comportamento de risco adotado pelos adolescentes em relação ao sexo. De acordo com o estudo, 92% dos professores das escolas públicas estaduais entrevistados responderam ter tido adolescentes grávidas na sala de aula. O índice cai para 71,4% entre os professores das escolas públicas municipais, possivelmente em razão de as unidades da Prefeitura oferecerem apenas até o 9º ano. "São porcentuais extremamente elevados e que demonstram a falta de conscientização desses jovens com a prevenção", assinala Márcia Maria.
O que o levantamento também deixa claro, até agora, é que as escolas não estão preparadas para trabalhar a educação sexual conforme preconizado pelo Ministério da Educação. Falta material didático apropriado e a formação técnica dos professores deixa muito a desejar. Os recursos disponíveis para as aulas são obsoletos e o tema é discutido basicamente na disciplina de biologia, o que limita enormemente a discussão.
O fato preocupa, sobretudo, porque também, segundo o estudo, a imensa maioria dos estudantes (68%) ouviu falar de sexo primeiramente na escola. "Isso mostra que a escola é um lugar onde a formação tem que ocorrer de forma consistente", salienta a pesquisadora da UFG.
Para médicos, doença já não assusta tanto como no início da epidemia
O médico Boaventura Braz de Queiroz considera que dois fatores estão intimamente relacionados com o comportamento arriscado do jovem quando o assunto é sexo. O primeiro deles, cita, é a dependência da droga e do álcool, o que, ressalta, altera qualquer percepção de risco e compromete a disciplina no uso do preservativo. O outro, de acordo com o médico, tem a ver com um aspecto positivo em relação à epidemia, que é o controle da doença e o aumento da sobrevida dos pacientes que vivem com aids por meio do uso do coquetel antirretroviral. "A aids, infelizmente, já não assusta tanto. É vista como algo banal, o que ela não é, em hipótese nenhuma", sustenta o infectologista.
"A doença foi sendo banalizada ao longo dos anos. É um engano. São inúmeros os comprometimentos para a saúde do paciente de aids. Por mais que a pessoa se trate, nunca terá um organismo normal. Portanto, não há razão para esse tipo de atitude do jovem", sustenta, também, a infectologista Heloína Claret de Castro.
Segundo a médica, ela tem recebido com muito mais frequência, tanto no consultório quanto no HDT, pacientes jovens, com idades entre 18 e 22 anos, homossexuais, que assumem um comportamento sexual arriscado e se contaminam com o vírus da doença. "São pessoas que têm um nível cultural elevado, ou seja, têm informação sobre formas de contágio, mas que mantêm relações sexuais com vários parceiros sem o uso do preservativo", relata.
Contribui para o surgimento de novos casos de contaminação pelo HIV em adolescentes jovens, analisa o diretor do HDT, o fato de as meninas, nessa faixa etária, relacionarem-se, comumente, com homens mais velhos. "É comum o homem, nessas situações, impor o sexo desprotegido como condição para manter o relacionamento e as adolescentes acabam se submetendo ao risco. Por isso, na faixa dos 13 aos 19 anos, as meninas são muito mais infectadas que os homens", alerta. Para o infectologista, somente uma ação conjunta que reúna esforços da Saúde e da Educação pode interferir nesse cenário.
Coordenadora estadual de DST/Aids e gerente de Ações Integradas em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde em Goiás, Marisa de Souza e Silva destaca que o Estado tem buscado parcerias com a Secretaria de Educação para desenvolver ações de capacitação de professores para trabalhar o tema da sexualidade. "O enfoque da campanha nacional no jovem não é aleatória e responde ao avanço de casos de contaminação pelo HIV em idades menos avançada. Por isso, as autoridades de saúde se voltaram para os dados epidemiológicos nessa faixa etária para desenvolver ações que resultem em redução das taxas de incidência da doença."(D.A)
Estudo revela grupos mais vulneráveis
Outra pesquisa em andamento no Programa de Mestrado da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás, denominada Observatório de Mulheres Vivendo com HIV/Aids em Goiás, reforça o processo de feminização da epidemia no Estado, conforme demonstram os dados epidemiológicos da doença. O estudo é realizado sob a orientação da professora Sandra Maria Brunini de Souza, coordenadora da Rede Goiana de Pesquisa em Agravos Transmissíveis com Ênfase em seus Aspectos Epidemiológicos, Preventivos e Diagnósticos e do Núcleo de Ações Interdisciplinares em DST, HIV e Aids da FEN-UFG.
De acordo com a pesquisadora, foram incluídos no estudo indivíduos com diagnóstico de infecção pelo HIV no período de 2003 a 2008, com idade acima de 13 anos. Foram analisados ao todo 4.101 prontuários. Desses, 2.630 foram incluídos no estudo, sendo seguidos por seis anos. Segundo Sandra Brunini, busca-se, com esse levantamento, produzir uma curva de incidência da doença mais próxima da realidade, buscando inclusive identificar o grau de subnotificação da aids no Estado.
Os resultados preliminares indicaram que surgem aproximadamente 400 novos casos por ano de infecção pelo vírus HIV nas unidades de referência de Goiânia; feminização da doença e tendência de pauperização da epidemia no Estado com aumento da incidência entre indivíduos com baixa renda e escolaridade.
Goiás teve 10 mil casos desde início da epidemia
Desde a primeira notificação de aids em Goiás, em 1984, o Estado já registrou 9.814 casos da doença em adultos maiores de 13 anos. Em Goiânia são 4.375 casos acumulados desde então (veja quadro acima).
Nos últimos cinco anos, a aids se mantém num patamar de cerca de 600 novos casos por ano. Em Goiás, a taxa média de incidência da doença é de 8,2 casos para 100 mil habitantes. Já em Goiânia chega a 24,9 casos por 100 mil habitantes.
Homens
Do total de indivíduos notificados com aids em Goiás, 67% são homens. Apesar de a quantidade de casos entre pessoas do sexo masculino ser bem superior, as infecções pelo HIV entre as mulheres foram os que mais contribuíram para o avanço da epidemia no Estado.
Em 1988, para cada 11 casos notificados de aids entre homens, havia 1 entre as mulheres. A proporção chegou a 1,5 novo caso entre os homens para 1 entre as mulheres, em 2006. Este ano, até agora, há 2 casos notificados em homens para 1 em mulheres. Isso significa que, nos últimos dois anos, houve uma melhora nos indicadores entre a população feminina.
Percebe-se, pelos dados epidemiológicos de Goiás, um processo de interiorização da epidemia de aids nos últimos anos, com crescimento no número de casos em municípios com menos de 50 mil habitantes. Nos últimos anos da década de 1980, 65% dos casos notificados em Goiás concentrava-se na capital. Hoje, o porcentual de casos na Capital reduziu para 35%, enquanto o do interior aumentou de 34,9% para 65%. "Nos municípios menores, as pessoas ainda têm muito receio de buscar o diagnóstico. Há, infelizmente, medo do preconceito do estigma", ressalta a coordenadora estadual de DST/Aids e Hepatities Virais da Gerência de Ações Integradas de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Marisa de Souza e Silva.
Autoridades preparam mobilizações hoje
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia realiza hoje, Dia Mundial de Luta Contra a Aids, ações de prevenção voltadas para a população adolescente e jovem. A mobilização acontece no Parque Vaca Brava, das 17 às 19h30 horas. O slogan da campanha é "Não dê as costas para a Aids. Livre-se do preconceito e previna-se contra o HIV". O objetivo da campanha desse ano é dar maior visibilidade às questões relacionadas à aids e mostrar sua proximidade com o universo juvenil.
Já a Secretaria Estadual de Saúde fará abertura da campanha desse ano em parceria com a Secretaria Estadual de Educação, também tendo em vista o foco do jovem como alvo de mobilização na luta contra a doença.
O evento acontece no Colégio Estadual José Carlos de Almeida, unidade que integra o Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas. Serão distribuídos material educativo e preservativos nas ações desenvolvidas nesse dia em Goiânia e no interior do Estado.
Quase três décadas após o início da epidemia de aids no Brasil, as autoridades de Saúde têm pela frente um grande desafio: reduzir a infecção pelo vírus HIV em adolescentes e jovens brasileiros. Essa população, na faixa dos 15 aos 24 anos, é alvo da campanha que será desencadeada hoje pelo Ministério da Saúde, quando se celebra o Dia Mundial de Luta Contra à Aids. Em Goiânia, o número de casos da doença nessa faixa etária chegou a 554 entre 1984 e 2009, sendo o grupo com a segunda maior taxa de incidência de aids na capital. São 28,3 casos a cada 100 mil habitantes nessa idade.
A análise da série histórica de casos da doença no Brasil, em Goiás e em Goiânia mostra que é na faixa etária dos 20 aos 34 anos que se concentra a maior taxa de incidência de aids. Em Goiânia, ela é de 30,8 casos por 100 mil habitantes. No entanto, alerta a coordenadora de DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, Laura Branquinho do Nascimento, considerando que os dados se referem aos casos de aids, ou seja, a síndrome já estabelecida, e que o tempo entre a infecção pelo HIV e o surgimento da doença pode chegar aos dez anos, conclui-se que a contaminação pelo vírus ocorre ainda na adolescência ou nos adultos jovens.
"O jovem não encara como risco o sexo desprotegido e abandona o uso do preservativo. Assim como em outras situações na vida, como no trânsito e no consumo de álcool e drogas, por exemplo, o adolescente jovem se expõe porque se acha imune, tornando-se, no entanto, extremamente vulnerável à contaminação pelo HIV", ressalta Laura Branquinho.
A coordenadora cita a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas relacionadas às DST e Aids na População Brasileira de 15 a 64 anos, realizada pelo Ministério da Saúde em 2008, segundo a qual apenas 68% dos jovens usam preservativos em relações casuais, o que demonstra uma condição de exposição à contaminação pelo vírus da doença considerável.
Para o médico infectologista e diretor do Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia (HDT), Boaventura Braz de Queiroz, frear o surgimento de novos casos de infecção pelo vírus HIV na população adolescente jovem tornou-se o grande desafio das autoridades brasileiras. "Informação sobre a necessidade de se usar preservativo em todas as relações sexuais, todo mundo tem, inclusive o jovem. No entanto, ter informação não foi o suficiente, até agora, para que essas pessoas mudassem esse comportamento de risco", afirma o médico. "Nas últimas décadas, a faixa etária com maior prevalência da doença não se alterou, o que mostra que essas pessoas continuam a se infectar nas primeiras relações sexuais."
Comportamento de risco é comum
Estudo em andamento no Núcleo de Ações Interdisciplinares em DST, HIV e Aids (Nuclaids) da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (FEN-UFG) comprova, por um lado, o comportamento de risco adotado por jovens adolescentes em relação ao sexo, e, por outro, a falta de preparo das escolas e dos professores para lidar com o tema. A pesquisa, desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação da FEN e denominada Diagnóstico Situacional sobre a Formação de Professores no Contexto da Educação Sexual em Colégios Públicos da Região Leste de Goiânia, ouviu 2,3 mil alunos do ensino fundamental e médio e 60 professores em seis escolas públicas da cidade.
Segundo a pesquisadora do Nuclaids, professora-adjunta da FEN-UFG e orientadora do estudo, Márcia Maria de Souza, a análise preliminar dos dados revelam que quase 60% deles admitiram manter relacionamento afetivo com outra pessoa. Boa parte dos alunos entrevistados, quando questionados sobre o uso de preservativo nas relações sexuais, optou por omitir-se em responder à questão. Isso, na avaliação da pesquisadora, pode indicar o não-uso da camisinha.
Dos alunos entrevistados, apenas 24% responderam usar o preservativo na primeira relação. Os jovens entrevistados disseram, em sua maioria, que faria sexo desprotegido com namorados ou namoradas fixas.
Gravidez
Um dado surgido das entrevistas realizadas com os professores comprova o comportamento de risco adotado pelos adolescentes em relação ao sexo. De acordo com o estudo, 92% dos professores das escolas públicas estaduais entrevistados responderam ter tido adolescentes grávidas na sala de aula. O índice cai para 71,4% entre os professores das escolas públicas municipais, possivelmente em razão de as unidades da Prefeitura oferecerem apenas até o 9º ano. "São porcentuais extremamente elevados e que demonstram a falta de conscientização desses jovens com a prevenção", assinala Márcia Maria.
O que o levantamento também deixa claro, até agora, é que as escolas não estão preparadas para trabalhar a educação sexual conforme preconizado pelo Ministério da Educação. Falta material didático apropriado e a formação técnica dos professores deixa muito a desejar. Os recursos disponíveis para as aulas são obsoletos e o tema é discutido basicamente na disciplina de biologia, o que limita enormemente a discussão.
O fato preocupa, sobretudo, porque também, segundo o estudo, a imensa maioria dos estudantes (68%) ouviu falar de sexo primeiramente na escola. "Isso mostra que a escola é um lugar onde a formação tem que ocorrer de forma consistente", salienta a pesquisadora da UFG.
Para médicos, doença já não assusta tanto como no início da epidemia
O médico Boaventura Braz de Queiroz considera que dois fatores estão intimamente relacionados com o comportamento arriscado do jovem quando o assunto é sexo. O primeiro deles, cita, é a dependência da droga e do álcool, o que, ressalta, altera qualquer percepção de risco e compromete a disciplina no uso do preservativo. O outro, de acordo com o médico, tem a ver com um aspecto positivo em relação à epidemia, que é o controle da doença e o aumento da sobrevida dos pacientes que vivem com aids por meio do uso do coquetel antirretroviral. "A aids, infelizmente, já não assusta tanto. É vista como algo banal, o que ela não é, em hipótese nenhuma", sustenta o infectologista.
"A doença foi sendo banalizada ao longo dos anos. É um engano. São inúmeros os comprometimentos para a saúde do paciente de aids. Por mais que a pessoa se trate, nunca terá um organismo normal. Portanto, não há razão para esse tipo de atitude do jovem", sustenta, também, a infectologista Heloína Claret de Castro.
Segundo a médica, ela tem recebido com muito mais frequência, tanto no consultório quanto no HDT, pacientes jovens, com idades entre 18 e 22 anos, homossexuais, que assumem um comportamento sexual arriscado e se contaminam com o vírus da doença. "São pessoas que têm um nível cultural elevado, ou seja, têm informação sobre formas de contágio, mas que mantêm relações sexuais com vários parceiros sem o uso do preservativo", relata.
Contribui para o surgimento de novos casos de contaminação pelo HIV em adolescentes jovens, analisa o diretor do HDT, o fato de as meninas, nessa faixa etária, relacionarem-se, comumente, com homens mais velhos. "É comum o homem, nessas situações, impor o sexo desprotegido como condição para manter o relacionamento e as adolescentes acabam se submetendo ao risco. Por isso, na faixa dos 13 aos 19 anos, as meninas são muito mais infectadas que os homens", alerta. Para o infectologista, somente uma ação conjunta que reúna esforços da Saúde e da Educação pode interferir nesse cenário.
Coordenadora estadual de DST/Aids e gerente de Ações Integradas em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde em Goiás, Marisa de Souza e Silva destaca que o Estado tem buscado parcerias com a Secretaria de Educação para desenvolver ações de capacitação de professores para trabalhar o tema da sexualidade. "O enfoque da campanha nacional no jovem não é aleatória e responde ao avanço de casos de contaminação pelo HIV em idades menos avançada. Por isso, as autoridades de saúde se voltaram para os dados epidemiológicos nessa faixa etária para desenvolver ações que resultem em redução das taxas de incidência da doença."(D.A)
Estudo revela grupos mais vulneráveis
Outra pesquisa em andamento no Programa de Mestrado da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás, denominada Observatório de Mulheres Vivendo com HIV/Aids em Goiás, reforça o processo de feminização da epidemia no Estado, conforme demonstram os dados epidemiológicos da doença. O estudo é realizado sob a orientação da professora Sandra Maria Brunini de Souza, coordenadora da Rede Goiana de Pesquisa em Agravos Transmissíveis com Ênfase em seus Aspectos Epidemiológicos, Preventivos e Diagnósticos e do Núcleo de Ações Interdisciplinares em DST, HIV e Aids da FEN-UFG.
De acordo com a pesquisadora, foram incluídos no estudo indivíduos com diagnóstico de infecção pelo HIV no período de 2003 a 2008, com idade acima de 13 anos. Foram analisados ao todo 4.101 prontuários. Desses, 2.630 foram incluídos no estudo, sendo seguidos por seis anos. Segundo Sandra Brunini, busca-se, com esse levantamento, produzir uma curva de incidência da doença mais próxima da realidade, buscando inclusive identificar o grau de subnotificação da aids no Estado.
Os resultados preliminares indicaram que surgem aproximadamente 400 novos casos por ano de infecção pelo vírus HIV nas unidades de referência de Goiânia; feminização da doença e tendência de pauperização da epidemia no Estado com aumento da incidência entre indivíduos com baixa renda e escolaridade.
Goiás teve 10 mil casos desde início da epidemia
Desde a primeira notificação de aids em Goiás, em 1984, o Estado já registrou 9.814 casos da doença em adultos maiores de 13 anos. Em Goiânia são 4.375 casos acumulados desde então (veja quadro acima).
Nos últimos cinco anos, a aids se mantém num patamar de cerca de 600 novos casos por ano. Em Goiás, a taxa média de incidência da doença é de 8,2 casos para 100 mil habitantes. Já em Goiânia chega a 24,9 casos por 100 mil habitantes.
Homens
Do total de indivíduos notificados com aids em Goiás, 67% são homens. Apesar de a quantidade de casos entre pessoas do sexo masculino ser bem superior, as infecções pelo HIV entre as mulheres foram os que mais contribuíram para o avanço da epidemia no Estado.
Em 1988, para cada 11 casos notificados de aids entre homens, havia 1 entre as mulheres. A proporção chegou a 1,5 novo caso entre os homens para 1 entre as mulheres, em 2006. Este ano, até agora, há 2 casos notificados em homens para 1 em mulheres. Isso significa que, nos últimos dois anos, houve uma melhora nos indicadores entre a população feminina.
Percebe-se, pelos dados epidemiológicos de Goiás, um processo de interiorização da epidemia de aids nos últimos anos, com crescimento no número de casos em municípios com menos de 50 mil habitantes. Nos últimos anos da década de 1980, 65% dos casos notificados em Goiás concentrava-se na capital. Hoje, o porcentual de casos na Capital reduziu para 35%, enquanto o do interior aumentou de 34,9% para 65%. "Nos municípios menores, as pessoas ainda têm muito receio de buscar o diagnóstico. Há, infelizmente, medo do preconceito do estigma", ressalta a coordenadora estadual de DST/Aids e Hepatities Virais da Gerência de Ações Integradas de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Marisa de Souza e Silva.
Autoridades preparam mobilizações hoje
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia realiza hoje, Dia Mundial de Luta Contra a Aids, ações de prevenção voltadas para a população adolescente e jovem. A mobilização acontece no Parque Vaca Brava, das 17 às 19h30 horas. O slogan da campanha é "Não dê as costas para a Aids. Livre-se do preconceito e previna-se contra o HIV". O objetivo da campanha desse ano é dar maior visibilidade às questões relacionadas à aids e mostrar sua proximidade com o universo juvenil.
Já a Secretaria Estadual de Saúde fará abertura da campanha desse ano em parceria com a Secretaria Estadual de Educação, também tendo em vista o foco do jovem como alvo de mobilização na luta contra a doença.
O evento acontece no Colégio Estadual José Carlos de Almeida, unidade que integra o Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas. Serão distribuídos material educativo e preservativos nas ações desenvolvidas nesse dia em Goiânia e no interior do Estado.
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