O senador Marconi Perillo, os deputados federais João Campos, Leonardo Vilela (PSDB) e Rubens Otoni (PT) reuniram-se ontem (terça-feira 25) em audiência pública, na Câmara Municipal de Anápolis, com representantes políticos e do empresariado anapolino em busca da retomada das obras do chamado Viaduto do Daia, interrompidas desde março. O incremento da economia, resultante de políticas públicas de incentivo à industrialização e à produção agropecuária, exige a eliminação de gargalos na infraestrutura goiana, e este viaduto é um deles.
O forte desenvolvimento experimentado por Goiás na última década trouxe consigo a demanda por novas obras rodoviárias. As principais vias que cortam o Estado dão sinais claros de que precisam ser modernizadas para suportar o gigantesco tráfego, em especial dos veículos leves e pesados que em Goiás trafegam Goiás a caminho do Norte/Nordeste.
A duplicação das BRs que demandam às regiões sul/sudoeste de Goiás e ao Norte do Brasil já estão na linha de frente dos investimentos previstos pelo governo Federal. A BR-060, totalmente duplicada no trecho Goiânia/Brasília, passa por restauração asfáltica e ganha obra de construção de um viaduto na altura da Agetop, uma intervenção há anos reivindicada pelos goianienses.
O principal gargalo existente na BR-060 está agora no trevo do Daia – Distrito Agroindustrial de Anápolis. O modelo de “trevos” está saturado para vias de pista dupla. O tráfego intenso da rodovia não permite mais a existência de um cruzamento que gera perigo aos que deles se utilizam e lentidão aos que transportam mercadorias.
No horário de maior movimento, mais de 10 mil trabalhadores se dirigem ou deixam o Daia, provocando um gigantesco congestionamento na principal avenida de acesso ao distrito agroindustrial. A construção de um viaduto no local é uma reivindicação antiga das classes política e empresarial de Anápolis.
A obra chegou a ser licitada pelo DNIT, mas o processo caiu na malha fina do Ministério Público Federal. Com base em parecer técnico elaborado pela assessoria Técnica do MPF em Goiás, o procurador da República Rafael Paula Parreira Costa apontou a existência de falhas em relação à avaliação dos quantitativos e métodos previstos na planilha orçamentária, que representam acréscimo de R$ 10,1 milhões ao valor total estimado das obras de adequação e construção do viaduto.
Em seu despacho, o procurador considera que o superdimensionamento representa acréscimos indevidos ao valor total das propostas licitadas, em virtude da previsão de quantitativos de serviços superiores àqueles necessários para a realização dos serviços propostos. Como consequência das falhas constatadas, o procurador recomendou ao DNIT imediata suspensão da concorrência pública e a correção das irregularidades.
A recomendação do Ministério Público Federal foi expedida em março passado. Desta data aos dias de hoje o viaduto do Daia caiu no esquecimento. Preocupados com a possibilidade de a obra virar uma novela semelhante a que cerca a construção do novo aeroporto de Goiânia, os vereadores Fernando Cunha Filho e Miriam Garcia aprovaram uma audiência pública na Câmara Municipal de Anápolis para envolver as principais forças políticas e empresariais do Estado num esforço comum para que seja apressada a correção dos problemas burocráticos da licitação e as obras do viaduto sejam iniciadas imediatamente.
A audiência ocorreu na manhã de ontem. Convidados a debater o assunto, compareceram o senador Marconi Perillo e os deputados federais Leonardo Vilela, Rubens Otoni e João Campos, além de representantes da classe empresarial e lideranças políticas de Anápolis. Todos reconheceram a necessidade de juntar forças para que a obra se concretize ainda neste ano.
O senador Marconi Perillo disse que apresentou emenda ao Orçamento da União visando a eliminação de pontos críticos ao longo da BR-153, com ênfase para o viaduto do Daia. “O mais difícil, que é arrumar o dinheiro, nós conseguimos. Cabe agora ao DNIT resolver o problema apontado pelo Ministério Público que, diga-se de passagem, tem todo o direito e dever de questionar quando acha que existe sobre preço em processo licitatório”, destacou.
Os graves problemas de trânsito existentes hoje no Daia são apontados como conseqüência do crescimento do distrito agroindustrial nos últimos anos. O aumento no volume de empresas instaladas no local se deu a partir do primeiro governo de Marconi Perillo, como lembrou na audiência pública o presidente da Associação Comercial e Industrial de Anápolis, Ubiratan Lopes. Ele recordou que entre os anos 91 e 98 o Daia contava com apenas 38 indústrias, algumas em processo de desaceleração na produção e em vias de fechamento. “O Fomentar e outras medidas adotadas pelo governador da época, Marconi Perillo, fizeram o Daia ressurgir com força total. Hoje temos mais de 130 indústrias e dezenas de outras estão aguardando a expansão da área do distrito para também se instalar. Com os incentivos criados pelos governos de Marconi, não s ó Anápolis cresceu muito, mas todo o Estado foi beneficiado”, testemunhou.
No mesmo raciocínio seguiu o presidente da Facieg, Deocleciano Moreira Alves. “O problema no trânsito do Daia é conseqüência do desenvolvimento. O Daia está pagando o preço do crescimento, da geração de empregos e da melhoria da renda de seus trabalhadores. Precisamos tratar essa luta de forma emergencial”, disse.
O deputado federal e presidente do PSDB, Leornardo Vilela disse que o senador Marconi Perillo priorizou o viaduto do Daia em seu orçamento, “o que comprova o seu apreço à cidade e seu povo”. Rubens Otoni, deputado federal e presidente regional do PT, elogiou a atuação conjunta da bancada federal goiana em favor das causas do Estado. “Goiás tem estado acima dos interesses políticos e partidários. Precisamos continuar a trabalhar juntos para que as coisas aconteçam”, disse.
Embora já apresentem trabalhos em favor da construção do viaduto, todos se dispuseram a intensificar a luta junto ao DNIT para que os problemas que geraram a paralisação da licitação sejam resolvidos e a obra iniciada ainda neste ano.
Homenagens e visitas
O senador Marconi Perillo passou a manhã de ontem em Anápolis. Além de participar da audiência pública na Câmara Municipal em defesa da construção do viaduto do Daia, recebeu homenagens da Polícia Militar na sede do Clube dos Bancários, visitou pastores da Igreja Assembléia de Deus e almoçou com pastores da Igreja Quadrangular em uma churrascaria da cidade.
Dos PMs o senador recebeu homenagem por ter doado instrumentos musicais à banda da Polícia Militar de Anápolis. Foi elogiado na ocasião pelos compromissos assumidos e cumpridos com a PM do Estado. Respondeu evocando o apreço que tem pela corporação e aproveitou para criticar o que chamou de “demagogia de um candidato a governador” que declarou amar o funcionalismo público. “Não adianta falar da boca pra fora. Quem ama trata bem, respeita, valoriza. Nós não precisamos falar que tratamos o funcionalismo com respeito. Vocês são testemunhas do que fizemos. Nós elevamos a autoestima da PM. Demonstramos o nosso apreço à Polícia Militar com ações concretas e não com palavras”, sentenciou.
Marconi lembrou aos presentes que não utilizaria aquela homenagem para firmar compromissos de campanha, “porque ainda não estamos em campanha”. Mas deixou claro que o programa em elaboração pelo PSDB e partidos aliados para a área de segurança pública “não será finalizado sem ouvir a corporação. Queremos retomar um trabalho de parceria com a PM”.
Em visita à Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Anápolis, Marconi foi recebido pelo pastor José Clarimundo César. “É uma visita de cortesia. O senador é um grande amigo da nossa igreja. Pelo menos duas vezes no ano ele nos visita, participa de congressos de jovens, de senhoras e das convenções dos pastores. Sempre o apoiamos e vamos continuar ao lado dele”, disse o pastor.
Marconi encerrou a manhã de visitas em Anápolis com um almoço que reuniu superintendentes da Igreja Evangélica Quadrangular do Estado. No encontro estiveram o presidente da igreja, pastor Washington, e o deputado federal João Campos. No Estado, a Igreja Quadrangular firmou apoio à pré-candidatura de Marconi ao governo e do deputado João Campos a deputado federal.