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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Dada a largada para recuperação da primeira nascente do Rio do Peixe I em Faina

19/05/2010 - Dada a largada para recuperação da primeira nascente do Rio do Peixe I em Faina





Faina – O sol anunciava os seus primeiros raios, nesta terça-feira (18/5), quando um trator de esteira atravessou o mata-burros que dá entrada à Fazenda Palmital, de propriedade de Teylor Bueno. O maquinário é pesado e fez ranger as toras de aroeira do portal, mas era preciso, afinal o trabalho é pesado. A entrada da máquina marca, então, na prática, o início da revitalização de nascentes em Faina. É lá que ficam 12 das 18 nascentes do Rio do Peixe I, objeto de ações recuperatórias propostas pelos articuladores sociais do Programa Parceria Cidadã.

Articuladores sociais, o prefeito da cidade, Caio Curado, e seu secretariado; técnicos da Secretaria de Agricultura (Seagro); a perita ambiental do MP Adriane Chagas e a articuladora sistêmica Maria José Soares, a professora Lúcia Vanda Rodrigues e o aluno Lucas Jardim, do Colégio Estadual Lindolfo Mendes, além do vereador Abner Albuquerque e sua mulher, acompanharam as primeiras das muitas horas de trabalho que ainda virão para a recuperação das nascentes.



Plano de recuperação

A recuperação dos Rios do Peixe I e II foi proposta pelos articuladores sociais em outubro do ano passado, começando pelas nascentes do Rio do Peixe I. De lá para cá, muitas conquistas e avanços puderam ser registrados. O plano para sua recuperação, por exemplo, foi elaborado pelo colaborador José Orlando, a partir do laudo técnico feito pela engenheira agrônoma do Ministério Público, que apontou as áreas degradadas e os problemas ambientais a serem enfrentados. Na sequência, importantes parcerias foram firmadas para sua execução. No plano, está previsto, como primeira ação, o feitio de curvas de nível, terraceamento e bacias de captação ao redor das nascentes.



Para o acompanhamento do trabalho, a prefeitura contratou o técnico agrícola Raimundo Alves de Morais, que, junto com o colaborador Antônio Alexandre da Silva Galvão, ambos da Seagro, está elaborando o projeto das bacias e outras ações técnicas necessárias para o processo.



Eles requisitaram um encontro com a perita ambiental do MP para sugerir algumas alterações no plano original apresentado e montar o plano de ações que será desenvolvido em cada uma das nascentes. Morais falou da necessidade do uso de técnicas como chanfraduras (corte do solo em ângulos) e curvas de nível em gradientes como intervenções para a recuperação da primeira nascente; tirou dúvidas quanto às espécies indicadas para o plantio na área; e apresentou uma proposta de contenção de erosões com o uso de pneus e bambus, experimentalmente, em uma das áreas. A perita avaliou as intervenções técnicas e alguns ajustes foram acertados para a execução do plano.



Morais informou também que o colaborador já piqueteou algumas das áreas adjacentes às nascentes, mas adiantou que eles vão percorrer novamente toda a propriedade para definir as formas individualizadas de tratamento para a recuperação de cada uma delas, considerando o seu nível de degradação, inclinação do terreno, entre outros dados a serem discutidos em detalhes com a perita.



Batismo

Por sugestão de Morais, as 12 nascentes existentes na propriedade de Teylor devem ser batizadas. A medida, segundo o técnico, vai facilitar o acompanhamento do trabalho e seu monitoramento futuro. Chamado a nomeá-las, o fazendeiro não teve dúvidas – a primeira delas levará o nome de Itamar de Santana Azevedo; a segunda, de Iná Bueno de Santana, e a terceira, Tairon Bueno Santana – uma homenagem aos pais e a um irmão já falecidos. Os outros nomes, Teylor ainda vai pensar.



Assim, a nascente Itamar – uma das mais comprometidas da propriedade - começou a tomar fôlego e ganhar vida, a partir desta terça-feira. A expectativa de Morais é entregá-la o mais rápido possível, totalmente cercada e com todas as intervenções técnicas feitas.



Cercas

O cercamento das nascentes é a etapa que se segue aos acertos do terreno e das medidas de contenção das erosões. Como os técnicos pretendem trabalhar por nascentes, quiseram saber do material para a confecção das cercas. A perita informou, então, que todas as estacas, postes e arames necessários estão sendo calculados pelo diretor de Meio Ambiente de Itapuranga, José Orlando Oliveira, e que, de posse desses dados, o MP vai encaminhar a planilha para que a Secretaria Estadual do Meio Ambiente – parceira no projeto com esses e outros recursos – providencie a entrega, o que deve acontecer nas próximas semanas.



Controle

A execução do projeto de recuperação das nascentes está sendo possível a partir das parcerias firmadas com órgãos públicos estaduais, a prefeitura de Faina, empresariado e uma escola estadual. Conforme explica a perita ambiental Adriane Chagas, isso significa que há necessidade de um controle rigoroso dos recursos adquiridos. Na noite anterior à visita na fazenda, foram feitos os cálculos de hora/máquina para execução do serviço e a planilha de gasto de combustível e mão de obra para as ações de conservação de solo e de água, que será observada com atenção pelos articuladores.



No caso do combustível – doado pela Agetop, também numa contexto de colaboração –, caberá ao articulador Joel Cabral de Melo o seu controle. As horas de trabalho do trator também passarão por monitoramento, o que será feito pelo colaborador Antônio Alexandre Galvão e outros articuladores.



Treinamento

Para o plantio de mudas adequadas à recuperação das nascentes, o projeto contará, além das doadas pela Semarh, com aquelas que serão produzidas no próprio município no sistema de viveiros domésticos, a serem implantados pelos alunos do Colégio Estadual Lindolfo Mendes da Cunha. Para essa capacitação, 16 alunos, duas professoras e dois articuladores farão um curso, entre os dias 7 e 11 de junho, no Centro de Treinamento da Seagro, em Goiânia.

No dia 17, à tarde, a perita ambiental Adriane Chagas e a psicóloga Maria José Soares estiveram no local para elaborar o programa a ser oferecido, fechar o seu conteúdo e conhecer a estrutura física do local. Para acertar este e outros detalhes, a engenheira esteve reunida com o administrador do centro, Barnabé Araújo, o pesquisador Massud e o engenheiro José Mauro Ribeiro – que garantiu essa parceria como forma de contribuição ao projeto de recuperação do Rio do Peixe I. (Texto: Cristiani Honório – Fotos: João Sérgio/Assessoria de Comunicação Social)