IMPROBIDADE
Um grupo de funcionários da Agência Goiana de Comunicação (Agecom), intitulados "Indignados da Agecom", registrou denúncia no Ministério Público (MP) acusando cinco servidores da agência de usarem a estatal em benefício próprio.
A denúncia gira em torno de favorecimento a alguns veículos de comunicação, bem como pagamento de taxa para veiculação de peça publicitária na Rádio Brasil Central (RBC) e TV Brasil Central (TBC) com valor acima do que é cobrado no mercado.
A denúncia diz que "o esquema é formado por peças estrategicamente posicionadas para seu funcionamento". Os integrantes do grupo, segundo os "Indignados", são: Waneska Noraligia Aparecida Santos, gerente de divulgação; Flávia Aline da Silva, secretária da gerência de divulgação; Wesley Ferreira da Costa, supervisor de controle; Monalisa Lopes da Silva, supervisora financeira; e Ataualpa de Sousa Borges, assessor da presidência.
Os "Indignados" relacionam na denúncia o comandante dos servidores e os crimes que eles teriam cometido. "As ações do grupo, comandado por Ataualpa Borges, envolvem superfaturamento, pagamentos sem autorização, inserções contratadas bem acima das veiculadas, gasto com mídia acima do permitido em contrato, gasto com mídia no ano de 2010 superior à média de gasto dos últimos três anos (já gastaram mais de R$ 80 milhões), serviços na Agecom sem a devida contabilidade pagos com mídias (exemplo: últimos painéis instalados nas dependências da agência), pagamento de viagens de férias com mídia em revista, direcionamento de mídias a veículos de propriedade dos membros do grupo, de laranjas ou de outros que tenham ligação com o grupo, pagamento de mídias irregulares com cobrança de comissão e outras situações que visam benefícios financeiros aos envolvidos no esquema".
A denúncia ainda especifica as responsabilidades de cada um dos suspeitos. "Waneska e Flávia direcionam as mídias para os veículos de interesse do grupo. Os que não têm ligação com o grupo recebem um valor pequeno em relação aos envolvidos no esquema; Wesley é quem verifica a veracidade e irregularidades dos documentos e atesta os pagamentos; Monalisa é quem faz os pagamentos, é a pessoa de confiança de Ataualpa.
Ela tem a senha para fazer os pagamentos, mesmo antes de assumir a supervisão, quando era uma simples servidora do departamento financeiro".
As principais acusações se referem a Ataualpa, que, segundo a denúncia, determina as ações do grupo por meio de portarias. "Ataualpa é o comandante do grupo, ele faz as negociações, fixa comissões e libera valores de mídia e seus respectivos pagamentos.
Também utiliza-se da sua função para manter a gerência financeira inoperante. As atribuições da gerência são determinadas a ele por portarias. Desde que esse esquema foi implantado, os gerentes de administração e finanças só ocuparam a cadeira (fantoches), todos que por lá passaram tiveram as atribuições do cargo transferidas para o Ataualpa. Essa ação tinha o objetivo de evitar a fiscalização e consequentemente a descoberta de todo o esquema".
A denúncia também alerta para o fato de o grupo envolver outras secretarias do governo para que o esquema não seja descoberto. "A Sefaz (Secretaria da Fazenda), com medo dessa situação tornar-se pública, colocou, recentemente, um gestor na gerência de administração e finanças. Um técnico competente que será “usado” para regularizar toda a situação. O Ataualpa deverá sair do Estado em breve, com o intuito de esconder todas as irregularidades cometidas pelo grupo".
A denúncia, realizada de forma anônima, foi registrada sob o protocolo 2010000100048619 e será analisada pelo promotor Humberto Machado, que questionará a Agecom sobre as acusações.
A assessoria de Humberto disse que o promotor só se pronunciará sobre o caso após a resposta da estatal, que será feita por meio de documentos.
Por telefone, o presidente da Agecom, Marcus Vinícius, não quis comentar o caso. Marcus explicou que estava viajando e ainda não tinha sido notificado sobre as acusações. “Assim que tomar conhecimento do caso irei me manifestar”, completa Marcus.
O Diário da Manhã entrou em contato com os Indignados da Agecom por meio do endereço eletrônico indignadosdaagecom@gmail.com, mas não houve resposta até o fechamento dessa edição.
Fonte DM.