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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Marconi Perillo: Aneel só decidirá sobre Celg após as eleições

Reunião entre a bancada goiana e a agência afasta risco de caducidade e garante promessa de solução técnica para renegociação das dívidas da estatal

Brasília, (23 de agosto de 2010) – Em reunião suprapartidária, capitaneada pelo senador Marconi Perillo (PSDB-GO), o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, garantiu nesta segunda-feira (23) que a renegociação das dívidas da Celg só será finalizada após o período eleitoral.

SOLUÇÃO TÉCNICA

Na conversa com a bancada goiana no Congresso Nacional, Hubner também afastou o fantasma da caducidade da concessão da estatal e disse que qualquer medida a ser tomada será eminentemente técnica. “Há total disposição da agência em buscar com o próximo governo uma solução que devolva o equilíbrio financeiro e garanta a capitalização da empresa”, resumiu Marconi Perillo, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto para o Palácio das Esmeraldas.

Segundo o tucano, uma vez estabelecido o acordo com a Aneel, a Celg poderá realizar “novos investimentos capazes de fazer frente à demanda reprimida de energia no estado”. Conforme o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), também presente à reunião, a Aneel garantiu que o governo estadual está livre para dar prosseguimento ao empréstimo de R$ 3,7 bilhões acordado com Governo Federal, mesmo com as mudanças feitas na Assembléia Legislativa.

SUBSTITUTIVO

Em votação na semana passada, a Assembléia Legislativa aprovou, em primeiro turno, o projeto que autoriza o empréstimo. Pelo texto aprovado, de autoria do relator, deputado Daniel Messac (PSDB), a primeira parcela dos recursos deverá ser destinada exclusivamente ao pagamento de dívidas da estatal com a Eletrobras e não poderá ser usada para pagar créditos do ICMS, como previsto no texto original enviado pelo Executivo.

“Se o governo estadual resolver cumprir o que a Assembléia decidiu, a situação da Celg estará resolvida. Caso contrário, a deliberação só vai ocorrer após as eleições, o que é bastante razoável”, explicou Demóstenes. Na avaliação da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), foram dois os resultados mais importantes da reunião: “tirar a questão da pauta eleitoral e garantir que o processo não será precipitado”. Participaram também da reunião o deputado federal Roberto Balestra (PP) e o deputado estadual Daniel Goulart, presidente do PSDB em Goiás.

“Foi uma reunião de quem quer resolver o problema da Celg, que precisava de uma ação política forte. Agora, a empresa terá mais 30 dias para buscar uma solução já com quem vai administrar o estado a partir do ano que vem”, endossou o deputado Jovair Arantes (PTB-GO). Na mesma linha, o deputado Luiz Bittencourt (PMDB-GO) elogiou a posição da Aneel e atribuiu a indefinição sobre o futuro da empresa à “falta de vontade política” do atual governador.

SEM CADUCIDADE

O peemedebista avaliou que há “condições de negociar a dívida conforme as regras previstas no projeto aprovado pelos deputados estaduais” e sustentou que o caminho está livre para que o governo “faça com que a Celg volte a ser uma grande empresa”. Primeiro suplente de Perillo, o empresário Cyro Miranda elogiou o sentimento de “goianidade” que orientou o encontro e também defendeu o substitutivo da Assembléia como a melhor alternativa para a solução dos problemas financeiros da estatal goiana.

A solução encontrada hoje, na reunião com a Aneel, também foi um alívio para os funcionários da estatal, apontou o representante dos servidores no Conselho de Administração da Celg, Peterson Gomes. Segundo ele, a negociação deu sobrevida à empresa e trouxe segurança aos empregados. “Está definitivamente afastado o fantasma da caducidade da concessão, que vinha rondando a empresa”, garantiu.

“Não há risco de se perder a concessão e deixar um patrimônio construído ao longo dos anos cair como uma bomba nas contas do estado. Somente quando acabar o processo eleitoral é que a caducidade será discutida. Até porque o processo é interrompido no momento em que for apresentado um plano de reestruturação”, concluiu.