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domingo, 16 de maio de 2010

Encontro anual expõe visão de futuro para o MP de Goiás

“O Ministério Público de Goiás é do tamanho dos nossos sonhos.” Com essa mensagem, ao final de sua apresentação, na manhã de hoje (14/5), o procurador-geral de Justiça de Goiás, Eduardo Abdon Moura, convidou os membros do MP presentes ao encontro anual da instituição, realizado no Clube Antônio Ferreira Pacheco, a conhecer e se engajar nas propostas de trabalho que vão delinear o futuro institucional já a partir de 2010.


Ao sintetizar os objetivos do evento, o procurador-geral lembrou que as metas contidas no Plano Geral de Atuação (PGA) que foi apresentado no encontro não eram nenhuma novidade, pois são decorrentes de um planejamento construído coletivamente pelos integrantes do MP ao longo dos últimos dois anos. “Aqui, estamos diante de uma obra coletiva, um quadro em que cada um deu sua pincelada”, comparou.


Eduardo Abdon lembrou que esse processo participativo teve sempre como perspectiva uma visão de futuro do Ministério Público, em que a atuação institucional esteja em fina sintonia com o mundo, com a sociedade contemporânea. “O mundo está mudando; as relações humanas estão mudando também. Não podemos mais ler a Constituição Federal com o mesmo olhar de antes.” Essa nova sociedade que se forma, enfatizou, é uma sociedade cada vez mais fragmentada, com necessidades segmentadas, o que exige políticas públicas que se adequem a essa fragmentação, como, por exemplo, as ações e projetos de combate à violência doméstica contra a mulher.


Conforme o procurador-geral, nesse mundo em mutação, o MP precisa cada vez mais se consolidar no papel que lhe foi atribuído por essa Constituição: o de agente de transformação social. Ou seja, cabe à instituição impulsionar essas mudanças. “Precisamos ter sempre em mente o quanto nossa atuação pode transformar a vida das pessoas”, reiterou.

Parceria Cidadã

Durante sua apresentação, Eduardo Abdon exibiu o vídeo do Programa Parceria Cidadã, que mostra os resultados já obtidos em 14 comarcas com a utilização dessa nova metodologia de interlocução com a sociedade. “É este o MP que queremos, um MP em que a sociedade reconheça os resultados do trabalho institucional”, ponderou.



O procurador-geral informou aos presentes que o programa está em fase de institucionalização, sob a coordenação da procuradora Laura Maria Ferreira Bueno, visando à sua adequada estruturação.

Apresentação do PGA

Na sequência da fala do procurador-geral, o Plano Geral de Atuação do MP para o biênio 2010-2011 começou a ser apresentado, por áreas. A primeira delas foi a da infância, juventude e educação, com o coordenador do Centro de Apoio Operacional (CAO), Everaldo Sebastião de Sousa, detalhando as metas prioritárias para o período. Ele destacou ainda o plano setorial elaborado pelo CAO para dar apoio aos promotores na execução dessas metas.

Em seguida, a subprocuradora-geral de Justiça para Assuntos Jurídico-Institucionais, Ana Cristina Ribeiro Peternella França, abordou as metas para a área processual. Ainda pela manhã, os coordenadores dos Centros de Apoio Operacional do Cidadão e do Meio Ambiente, Marcelo Celestino e Sandra Mara Garbelini, fizeram a apresentação das metas para suas áreas.

À tarde, foi a vez de o PGA ser detalhado nas áreas de defesa do patrimônio público, defesa do consumidor e criminal, com explicações dos respectivos coordenadores, Marlene Nunes Freitas Bueno, Érico de Pina Cabral e José Carlos Miranda Nery Júnior.

Ao final das apresentações, o procurador-geral retomou a fala para reforçar que o objetivo do encontro foi de retomar as discussões participativas e também obter o dimensionamento da adesão às metas, observando que essa escolha não deve funcionar como formalidade, mas, sim, ser uma resposta às duas perguntas feitas no início: o que é o MP e que é esperado de cada um dentro da instituição. “Qual é o perfil de atuação do MP e como me envolvo?”, rememorou.

Futuro

Encerrando a programação do encontro, a palestra do professor Jorge Forbes, doutor pela UFRJ e mestre pela Universidade de Paris VIII, na área de psicologia, movimentou o evento. Enfocando o tema “A Sociedade e o Ministério Público do Futuro”, Forbes fez uma apresentação sobre a atual configuração da sociedade a partir das diversas mudanças ocorridas na transição da era moderna para a globalizada. Ele começou a análise do tema abordando a violência entre os jovens, em especial, o aspecto da imprevisibilidade de alguns atos, com a observação de que essa imprevisibilidade é um sinal do tempo globalizado.


Num paralelo entre estes dois momentos da história, o psicanalista ressaltou que a sociedade saiu de uma configuração em que havia um eixo vertical, que funcionava como elemento comum a permear a forma de agir, para uma ordem horizontal, que se configura pela responsabilização de cada indivíduo por seus atos. Nessa reflexão, a família, as organizações e a sociedade civil também mudam sua configuração, sua forma de se organizar e, ainda nessa nova perspectiva, esses atores sociais também se modificam. É dentro deste novo contexto social, observou ele, que o MP tem de atuar, estando apto a captar as demandas e anseios dessa nova sociedade.

Os temas suscitados pela palestra enriqueceram o debate aberto ao final, com grande número de questionamentos apresentados ao palestrante.

Estandes

Durante todo o dia, os membros do MP puderam consultar e se informar de forma mais detalhada das metas do PGA nos sete estandes montados na área externa ao auditório, divididos pelas áreas de atuação. No local, também era possível fazer a opção pelas metas a serem trabalhadas prioritariamente pelos promotores nas comarcas, conforme definido no processo de construção do Plano Estratégico.

No hall de entrada do auditório, também foi instalado um painel de fotos com um grande apanhado do principais momentos da construção coletiva do modelo de gestão estratégica institucional.

Na abertura do evento, houve ainda uma performance especial do coral do MP-GO, que apresentou um pout-pourri de músicas goianas e a canção Bem-Te-Vi, do compositor Paulinho Pedra Azul. (Texto: Ana Cristina Arruda e Cristina Rosa – Fotos: João Sérgio/Assessoria de Comunicação Social)




Promotoria Regional da Bacia do Araguaia: apoio ao Projeto Ser Natureza


Aragarças - A promotora de Justiça Wânia Marçal, titular da Promotoria Regional da Bacia do Araguaia, aceitou convite feito pela coordenação do Programa Parceria Cidadã e vai atuar no Projeto Ser Natureza nas comarcas cujas demandas incluem afluentes do Rio Araguaia.
Assim, os articuladores sociais do projeto em Iporá, Faina e Mineiros passam a contar com o apoio da promotora, que vai reforçar ainda mais o trabalho desenvolvido pelos promotores com atuação na área ambiental dessas localidades. Na última quinta-feira (6/5), a articuladora sistêmica Maria José Soares esteve em Aragarças e apresentou o programa à promotora, detalhando o andamento do projeto nas três comarcas (foto).



Experiência

Há pelo menos 15 anos, Wânia Marçal tem se dedicado às questões ambientais. Sob sua coordenação, diversas ações recuperatórias com resultados foram executadas. Entre elas, destacam-se as realizadas ao longo do Rio Caiapó e que envolveram dez municípios. O contato direto com a comunidade e a mediação de conflitos também não são uma novidade para a promotora, que esteve à frente da Promotoria Ecológica Móvel por mais de uma década, hoje reestruturada.



A atual promotoria regionalizada, segundo explica sua titular, tem como objetivo intensificar a atuação na defesa do ecossistema da bacia, o que a faz, por excelência, integrada também aos objetivos dos articuladores sociais de três das comarcas que desenvolvem o Projeto Ser Natureza.



Vertente Rica

Em Iporá, a demanda escolhida pelos articuladores sociais é a revitalização da Vertente Rica. Todo o levantamento das atividades já desenvolvidas foi feito pelo grupo na última semana (foto) para apresentação à promotora. O projeto começou em Iporá, em 2008, por iniciativa do promotor de Justiça José Carlos Miranda Nery Júnior, depois passou a ser coordenado pelo promotor substituto Paulo Rangel de Oliveira, removido para a comarca de Crixás. Responde em auxílio atualmente pela 1ª Promotoria, Thiago Galindo, da Comarca de Piranhas. A promotora Wânia Marçal espera agendar encontro com os articuladores ainda para este mês.



Matinha do Monjolo

Em Mineiros, os articuladores sociais locais têm como objetivo a recuperação da Matinha do Monjolo. O Projeto Ser Natureza teve início pela adesão do promotor de Justiça Eduardo Prego e está sendo conduzido pelo promotor Augusto Bittencourt Wânia Marçal já participou de reunião com articuladores sociais no início deste, ocasião em que ela já havia se colocado à disposição para colaborar no projeto.



Rio do Peixe

Termo judiciário da comarca de Goiás, Faina entrou no Programa Ser Natureza como projeto piloto e, inicialmente, teve como demanda a melhoria do sistema de abastecimento da cidade. Posteriormente, os articuladores sociais optaram pela recuperação do Rio do Peixe. Hoje, contando com parcerias já firmadas, a primeira fase da revitalização do rio – que inclui suas 18 nascentes - está em pleno curso.



A promotora de Justiça Wânia Marçal garantiu sua participação em reunião com o prefeito de Faina, no dia seguinte à visita da psicóloga em Aragarças, para os ajustes sobre a participação da administração municipal, conforme metas estabelecidas no cronograma de execução do plano de recuperação. (texto e fotos: Cristiani Honório / Assessoria de Comunicação Social)