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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Economia - PIB goiano cresce acima da média em 2008

Economia - PIB goiano cresce acima da média em 2008


Puxado pelo setor agropecuário, Estado apresenta expansão de 5,02% por ano contra 4,19% do Brasil no período

Vandré Abreu

DA EDITORIA DE ECONOMIA

O Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás em 2008 foi de R$ 75,275 bilhões, alta de 8% em relação a 2007, quando atingiu R$ 65,210 bilhões. A taxa de crescimento da economia goiana ficou acima da brasileira, que no referido período somou 5,16%. De 2002 a 2008, Goiás soma crescimento de 34,19%, média de 5,02% ao ano, e o Brasil 27,93%, média de 4,19% anuais. Resultado consolida o Estado como a nona economia do Brasil. O setor agropecuário foi o que mais cresceu no período, com majoração de 19,12%, seguido pelo de serviços, com alta de 5,47%, e a indústria, 5,71%. O PIB é o valor, a preços de mercado, de todos os bens e serviços finais produzidos no Estado.

A divulgação do resultado por parte da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás (Seplan), em parceria com o IBGE, foi feita ontem e ocorre com defasagem temporal de dois anos devido à dificuldade no trabalho da pesquisa.

O secretário da pasta, Oton Nascimento, disse que o resultado deixa o governo estadual muito feliz, especialmente pelo grande peso conferido pela agricultura e indústria de transformação ligada ao setor primário, de alimentos e bebidas, que geraram impacto favorável ao resultado.

Segundo Oton, a valoração do PIB goiano em relação ao brasileiro se deu pelo trabalho de aumento de crédito para os investidores e produtores junto ao BNDES, FCO e PSI (Programa Sustentável de Investimento). “Em 2006, Goiás era responsável por 1,7% dos recursos do BNDES, muito aquém da nossa participação na economia nacional, defasado em 50% do peso do Estado, e agora isso mudou. Em 2008, conseguimos investimentos de R$ 1 bilhão pelo FCO e em 2010 já chegou a R$ 1,5 bilhão, e mais R$ 3,5 bilhões pelo PSI”, afirmou. A expectativa é que o PSI (que encerra em dezembro) possa ter continuidade em 2011, com trabalho da Assembleia Legislativa.

O secretário disse que a parceria firmada com a China na última semana vai gerar aporte de R$ 7 bilhões na agropecuária de Goiás, em um trabalho de produção de grãos que também fortalece a pecuária.



SEGMENTOS

A agropecuária goiana participou do PIB em 12,84%, em que 7,22% é da agricultura e 5,62$ da pecuária. No ano anterior, a participação do segmento foi de 11,01% e o crescimento foi de 6,68%. Já em 2008, a alta de 19,12% teve como referência a agricultura, com expansão de 32,04%, enquanto que a pecuária cresceu 2,50%, o que mostra um crescimeno estável. Neste referido ano, Goiás atingiu recorde na produção de grãos (13,3 milhões de toneladas), com 10% da produção nacional. Destaques foram a soja, superior à safra de 2007 em 11%; o milho, 23% acima da safra anterior; e a cana, 48% na relação com a outra colheita.

A atividade industrial em Goiás, em 2008, com crescimento de 5,71%, obteve participação de 26,21%, valor menor do que em 2007, quando somou 26,97% do PIB. A maior alta no ano de referência foi da indústria extrativa mineral (16,18%), seguida pela construção civil (8,24%) e transformação (6,16%). No entanto, houve queda na geração de energia, que resultou em recuo de 1,95%. Apesar da alta não ter sido a maior, a participação da indústria de transformação no PIB chegou a 39,80%, caracterizando um setor baseado na matéria-prima do Estado, fortalecido pelo bom momento da agropecuária.

O setor de serviços, que havia crescido 5,48% em 2007 e apresentou alta de 6,47 em 2008, também diminuiu sua participação de 62,01% para 60,95%. A intermediação financeira, seguros e previdência completar foram as atividades com maior alta (16,45%). Transporte, armazenagem e correio majoraram em 13,45%, serviços de informação em 10,84% e serviços prestados às empresas 9,69%. A única queda apresentada foi em relação aos serviços domésticos (- 2,35%), mas administração, saúde e educação públicas ficaram perto da estagnação, com alta de 0,12%. A maior participação dentro do segmento foi do comércio e serviços de manutenção e reparação, que somou 16,34%.

Em relação ao serviço público, na arrecadação de impostos, o ICMS participa em 64,14% do montante. Segundo Oton, neste período a arrecadação do tributo aumentou entre 16% a 18%. O Cofins contribui com 14,65%; o IPI em 8,18%; o ISS, 5,18%; impostos sobre a importação 4,53%; e outros 3,16%. Ao todo, Goiás, sendo a nona economia nacional, participa da mesma em 2,48%, e foi o Estado com maior taxa de crescimento entre os dez primeiros. O ranking é liderado por São Paulo, que participa em 33,08% do PIB nacional e soma R$ 1,003 trilhão em seu produto interno bruto.

No Centro-Oeste, pela primeira vez Goiás passou a taxa de crescimento do Mato Grosso, de 7,94%, e participa em 26,98% das riquezas econômicas da região. Em relação ao PIB per capita, o valor de 2008 foi calculado em R$ 12.879, o 12º do País, acima dos R$ 11.548 de 2007, e abaixo do nacional, em R$ 15.990.







Índice reforça importância do crédito



O economista Júlio Paschoal, presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon), lembra que Goiás é um Estado de fronteira de oportunidades, responsável por captar pessoas por migração, a partir da melhora do rendimento da economia goiana.

Júlio analisa o resultado do PIB divulgado pela Seplan enquanto um cenário positivo, que consolida o Estado em sua posição nacional e reforça a importância do crédito para a expansão das empresas. Para salientar, o ano de 2008 foi o início da crise financeira e econômica mundial, mas como os investimentos, na maior parte, se dá no início do ano, ou seu planejamento, não há impacto da mesma nos dados da Seplan.

Entretanto, reforça a expectativa de Oton Nascimento quanto ao crescimento do PIB nos anos de 2009 e 2010 e explica que isto ocorre por Goiás consolidar sua economia na base agropecuária e indústria de alimentos e bebidas. “Embora o Estado possa se sentir prejudicado em relação a outras economias por ainda ter industrialização recente, este fato contribuiu para o crescimento atingido por Goiás. Enquanto outros Estados cresceram menos pela paralisação das indústrias de ponta, aqui continuou produzindo alimentos e bebidas. A perspectiva é que em 2009 e 2010 Goiás mantenha um crescimento acima da média nacional.”