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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Modelo piloto é avaliado positivamente para resolução de problema social em Itapirapuã

Itapirapuã – Os articuladores sociais de Itapirapuã estiveram reunidos nesta quinta-feira (29/9) para conhecer os resultados do modelo concebido para o enfrentamento do problema do uso de drogas lícitas e ilícitas, focado na oferta de atividades alternativas saudáveis para a juventude local.

O modelo consiste no mapeamento individualizado dos jovens, considerando todo o contexto sociofamiliar que os cercam, para a tomada de decisões quanto às medidas protetivas, terapêuticas e repressivas necessárias. Segundo a psicóloga Maria José Soares, não há como fazer as intervenções sem o contexto porque o trabalho é exercido no campo das relações.

Assim, uma dupla mapeou a rede de uma adolescente. Entre os dados estão o número de familiares e grau de relação, vizinhos e amigos e a influência exercida sobre a jovem, vida escolar, rotina, entre outros. Segundo o grupo, esse levantamento facilita o diagnóstico da situação e aponta os caminhos possíveis para reverter as adversidades.

O promotor de Justiça Lucas Danilo Vaz Costa Júnior parabenizou o trabalho realizado. “O campo relacional mostra que, nesse caso, o adolescente em questão não é sujeito e sim objeto e percebe-se que os espaços vazios pela falta de oportunidade foram preenchidos com drogas, prostituição, etc”

Essa forma de trabalho deve ser estendida, com a formação de novas duplas para realização dos “cases”. O objetivo é confrontar os dados das diferentes situações para, uma vez delimitado o foco, que sejam definidas ações, forma de execução e cronograma para resolução do problema.

Despedida

A reunião guardou ainda uma surpresa – o anúncio de que o promotor de Justiça deve assumir outra comarca em breve, dando lugar a outro membro do MP em Itapirapuã. A notícia abalou de imediato os participantes que, sem exceção, se emocionaram, lamentaram e choraram.

O promotor deve levar na lembrança as reações imediatas dos articuladores: “O senhor é uma joia rara e está deixando grande contribuição para a nossa cidade”. “O promotor sempre esteve pronto para nos receber. A nossa preocupação é saber se quem vier vai vestir a camisa como ele”. “Queremos que, daqui algum tempo, você olhe e veja como esse grupo caminhou. Nós vamos conseguir”. “Para onde você estiver indo vai encontrar pessoas como nós, que precisam do senhor como nós já precisamos”



Mensagem do promotor

“Gratificado e feliz. Eis como me sinto por ter participado do Projeto Parceria Cidadã em Itapirapuã, que me envolveu como profissional e como pessoa, numa perspectiva de atuação pautada pela concretização da cidadania plena, um dos principais fundamentos republicanos.



Apesar dos momentos difíceis, marcados pelas inconstâncias na formação do grupo e pela depuração de forças políticas oportunistas, a lembrança que se cristaliza em minha mente é a da renovação do entusiamo e da perseverança daqueles que verdadeiramente acreditam no amadurecimento democrático a partir de projetos como esse, fundados em atuação dialógica e articulada, em prol da elaboração e efetivação de políticas públicas eleitas prioritariamente pelo verdadeiro titular do poder: o POVO. Se cabe ao Ministério Público zelar pelo regime democrático, nada mais salutar do que fomentar a participação popular para discutir os próprios problemas, não sob a tutela do Ministério Público, mas com a parceria da instituição”.



Aos articuladores, o promotor pede que não esmoreçam. Segundo ele, quem sai da comarca é a pessoa Lucas Danilo, mas o Ministério Público permanece e deixa o recado: “de mãos dadas, como sugere o poeta Drummond, avante todos em prol de uma sociedade mais justa, livre e solidária!” (Texto e fotos: Cristiani Honório /Assessoria de Comunicação Social)