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domingo, 27 de junho de 2010

Marconi: “A base quer uma coisa e os caciques querem outra”

“Se pudéssemos contar com a democracia interna verdadeira no PP, o grito seria um só: unidade da base, que é o que sempre bradou o deputado Roberto Balestra (PP)”, afirmou ontem (sexta-feira 25) o senador Marconi Perillo (PSDB), pré-candidato à sucessão estadual, sobre a possibilidade de haver uma rebelião de integrantes do PP na convenção da Nova Frente, marcada para o próximo dia 28. Um dia após a reunião ocorrida na fazenda do deputado Federal Roberto Balestra, em que, entre 154 lideranças do PP, 148 defenderam o apoio à candidatura do senador, Marconi afirmou que foi possível constatar que “a base quer uma coisa e os caciques querem outra”, referindo-se à imposição de membros da sigla para apoiar a candidatura de Vanderlan Cardoso (PR).


O senador afirmou que recebeu a notícia da reunião do próprio deputado no mesmo dia em que ela ocorreu. “Ele me ligou ontem (quinta-feira) para me comunicar, e eu o parabenizei por sua postura de sempre, de lutar pela união da nossa base”, disse. O tucano enalteceu Balestra, a quem chamou de “arquiteto da paz entre os partidos”, e reafirmou que o deputado será benvindo, caso vença a disputa interna. “Ele sempre foi um arquiteto da união, da paz entre os partidos, e agora está exteriorizando esse pensamento, porque não dá mais tempo. Nós percebemos que a base quer uma coisa, e a cúpula, os caciques, querem outra. Isso acaba comprometendo todo o conjunto dessa aliança que foi vitoriosa nessas últimas três eleições. Eu continuo afirmando que o deputado Balestra será muito benvindo à nossa chapa caso vença a disputa interna”, disse.

Embora o cenário seja favorável à coligação do Democratas com o PSDB, em razão do racha interno do partido e de o pré-candidato do PMDB, Iris Rezende, ter afirmado na mesma quinta-feira que a sigla descartou a hipótese de coligar com o Democratas, Marconi preferiu manter-se cauteloso. “Vamos esperar o resultado da convenção do Democratas. Nós respeitamos a decisão que o Democratas tomar. Tenho tido todo o cuidado em demonstrar meu respeito às decisões internas do Democratas e às decisões de todos os outros partidos”, disse.

Em relação ao Tribunal Regional Eleitoral ( TRE) ter impedido a continuação ou divulgação de dados da pesquisa realizada pela Exata Consultoria, que apresentava perguntas que difamavam o senador, Marconi declarou que o “TRE tem tomado decisões corretas”. “O TRE tem sido correto nas suas decisões. O que esse instituto de pesquisas tentava fazer não era uma pesquisa de opinião, mas o que subliminarmente está incluído nessa pesquisa é a indução à mentira, ao erro, em relação à avaliação sobre minha postura. Fazer uma pesquisa com 70 mil pessoas incluindo este tipo de item só tem um sentido: tentar, de forma sutil, realizar uma campanha difamatória contra a minha pessoa”, explicou.

Questionado se ações como estas têm trazido algum prejuízo à sua imagem, foi enfático: “Na verdade, esse trabalho de desconstrução trouxe um prejuízo grande, mas felizmente temos credibilidade porque as pessoas acreditam nos nossos propósitos, na nossa capacidade de realizar sonhos e transformar esperanças em realidade”, disse. “As pessoas apreciaram o que foi feito durante quase oito anos. Por isso nós gozamos de credibilidade. Temos argumento. A coisa mais difícil é partir para uma campanha sem argumentos, e nós temos muitos, porque cumprimos com os compromissos que estabelecemos com os goianos nas duas eleições que disputei o governo”, completou.