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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Foi publicada no Diário Oficial do último dia 28, uma alteração no regulamento do Programa de Desenvolvimento Industrial de Goiás, o Produzir. Em que consiste esta alteração?

José Alves Quinta - Na verdade, foi a inclusão de mais um parâmetro de desconto para as empresas beneficiárias do Produzir para pagar o seu financiamento. As empresas que optarem por utilizar, na atividade industrial, o gás natural canalizado ou o gás natural comprimido vão contar com um desconto de 30%. As empresas que já assinaram contrato de financiamento com o Produzir vão poder ganhar mais esse desconto que poderá ser adicionado aos outros parâmetros que porventura já tenham como por exemplo, o parâmetro de geração de emprego, da adimplência, de estar instalada dentro de um distrito agroindustrial, então ela vai poder adicionar pontos para obter um maior desconto no pagamento do seu financiamento de ICMS. As empresas beneficiárias do antigo Fomentar que se interessarem devem fazer a migração para o Produzir.



O que representa esta medida do governo?

José Alves Quinta - O decreto vai abrir portas para o parque industrial goiano usar o gás natural em substituição a outros mais poluentes. Além do desconto na hora do pagamento do financiamento, o gás natural tem outras vantagens, a de reduzir os impactos ambientais, redução de gastos com manutenção de equipamentos e segurança do usuário e do trabalhador.



A GoiásGás vai ser a distribuidora deste gás?

José Alves Quinta - Sim, a Agência Goiana de Gás Canalizado – Goiásgás é uma empresa de economia mista que tem a concessão para distribuir o gás natural aqui no Estado. O consórcio vai ser responsável pela instalação da infraestrutura para o novo produto, que virá de caminhão de Paulínea, São Paulo, assim como o gás natural veicular - GNV.



Qual a expectativa de adesão ao novo produto?

José Alves Quinta - Nós já estamos começando a viabilizar. Muitas empresas estavam aguardando a publicação do decreto. A Cecrisa, empresa de revestimentos cerâmicos de Santa Catarina, que tem filial no Daia, em Anápolis, deve ser a primeira empresa a assinar contrato para utilizar o gás natural em Goiás. Estamos mantendo contatos, reuniões com o Produzir e diretores da empresa para iniciar o convênio de fornecimento. Tem uma série de fatores, inclusive infraestrutura para o fornecimento, que deve ser, inicialmente de 18 mil metros cúbicos. Antes temos que construir a UAG – Unidade de Armazenamento de Gás.



Que outras empresas já manifestaram interesse?

José Alves Quinta - As empresas interessadas já podem procurar o Produzir. Acho que o decreto vai abrir portas para as várias indústrias no Daia, a Hyundai, a Teuto, a Caramuru, em Itumbiara. Tudo depende também do consumo, porque o investimento em infraestrutura é alto, mas, as indústrias que ficarem próximas a uma unidade de armazenamento vão poder ser beneficiadas pois pode ser aberta uma rede para o fornecimento do gás, porém o consumo deve ser de no mínimo mil metros cúbicos por dia.



Então o decreto também também contribui com o meio ambiente?

José Alves Quinta - Exatamente, tínhamos problema de competitividade, de preço, mas o decreto cria mecanismos para que as empresas mudem, gradualmente. A questão também é cultural e as empresas vão acabar optando por um produto que não seja prejudicial ao meio ambiente. Os grandes concorrentes são a lenha, o bagaço de cana e o óleo diesel, altamente poluentes. É uma questão cultural, um processo demorado, mas o decreto cria mecanismo para o gás se tornar competitivo.